terça-feira, 3 de novembro de 2020

Leitura Orante do Evangelho 196 (04.11.2020)

Dia 04 de Novembro| Quarta-feira | 31ª Semana do Tempo Comum

Evangelho segundo Lucas (14,25-33)

 

A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade.

“Ouvir juntos a Palavra de Deus, praticar a lectio divina, deixar-se surpreender pela novidade dela, superar a surdez àquilo que não está de acordo com nossas opiniões ou preconceitos, é um caminho para alcançar a unidade da fé, como resposta à escuta da Palavra” (Bento XVI, Verbum Domini, 46).

Em tempos de restrições à convivência e à movimentação social, a leitura orante é um modo de ir além da simples assistência de celebrações virtuais e uma forma evitar que este seja um tempo pesado e estéril.

Os textos propostos são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. O grupos podem escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, preparem um roteiro e evitem escolher apenas os textos que agradam mais.

Que a Palavra de Deus encontre em cada um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis, produza bons e abundantes frutos.

 (Missionários da Sagrada Família

https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS)

 

(1)    Coloque-se em atitude de oração

·      Escolha um momento adequado e tranquilo/a para a oração

·      Escolha o lugar no qual você se sinta bem

·      Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se

·      Acenda uma vela e tome a bíblia em suas mãos

·      Tome consciência de si mesmo/a e do momento que vivemos

·      Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus

·      Prepare-se ouvindo ou cantando: Cada vez que eu venho para te falar, na verdade eu venho para te escutar! (Clique aqui:  https://www.youtube.com/watch?v=2zdRFNQ7oRY)

 

(2)    Leia o texto da Palavra de Deus

·      Leia com toda a atenção o texto de Lucas 14,25-33

·      Leia o texto em voz alta (se possível)

·      Jesus dissera que a vontade de Deus é que a mesa do Reino fique cheia, que nela sejam recebidos os pobres excluídos

·      Hoje ele sublinha que não se pode aderir à novidade do Reino pela metade, mantendo compromissos com a velha ordem

·      Quem se coloca no seu caminho deve fazer bem as contas, para que não comece uma obra que ficará pela metade ou fracassará

·      No centro de tudo, está a liberdade e o desapego em relação às riquezas e todas as estruturas que as mantém e multiplicam, inclusive o modelo de família patriarcal

·      O que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?

 

(3)    Medite a Palavra de Deus

·      Reconstrua o cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena

·      Procure perceber: O que a Palavra de Deus diz a você hoje?

·      Saboreie interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você

·      A maioria de nós iniciou a caminhada da fé cristã sem reflexão e consciência sobre as exigências que ela comportaria

·      O que tínhamos presente era apenas um conjunto de obrigações e proibições de ordem moral, que não tocavam nos bens

·      Hoje, com a aguda consciência que temos, precisamos renovar essa opção avaliando bem os custos e as nossas possibilidades

·      O que é que está nos pressionando mais e tornando menor nossa adesão ao Evangelho, dificultando a nossa perseverança?

 

(4)    Reze com o texto lido e meditado

·      Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus

·      Depois de escutar atentamente, agora é sua vez de falar

·      Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus

·      Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta

·      Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas

·      Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?

·      Faça sua a oração sincera, pedindo que o Pai remova aquilo que diminui seu engajamento no Reino e os obstáculos a uma perseverança consequente e generosa

 

(5)    Contemple a vida à luz da Palavra

·      Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus

·      Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala

·      Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação

·      Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?

·      O que fazer para ajudar nossas comunidades a perseverar e aprofundar sua adesão ao Evangelho em tempos de eleições?

·      Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

 

(6)    Retorne à vida cotidiana

·      Se considerar conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para ajudar na compreensão do texto lido

·      Recite o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de oração desse dia.

·      Recite ou cante a invocação: Jesus, Boa Notícia de Deus! Tua Palavra guie os passos meus!

·      Ouça e reze com a canção: São muitos os convidados, quase ninguém tem tempo... A decisão é tua! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=ROv-VbHb_vs)

·      Apague a vela, guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração

A Bíblia considera a família também como o espaço da catequese dos filhos. Os pais têm o dever de cumprir, com seriedade, a sua missão educativa, como ensinam frequentemente os sábios da Bíblia (Papa Francisco, Amoris Laetitia, 16-17).

 

LEITURA COMPLEMENTAR

A ligação desta cena com a anterior parece ser as desculpas da elite religiosa e econômica para não aceitar o convite à festa do Reino: “Acabado de casar e, por isso, não posso ir; comprei um campo, e preciso ir vê-lo; comprei cinco juntas de boi, e vou experimentá-las”.

Diante de uma relativa multidão que manifesta interesse por ele, Jesus volta a enfatizar a prioridade do Reino de Deus sobre vínculos familiares e interesses pessoais, pedindo que avaliem os riscos e exigências do discipulado, a fim de “não fazer feio” mas perseverar.

Para deixar isso bem claro e assentado, Jesus recorre a duas parábolas: a construção de uma torre; a preparação para uma batalha. Em ambos os casos, o sujeito deve analisar bem seus recursos, fazer os cálculos e discernir se tem condições de levar a obra ou a luta até o fim.

Jesus já havia advertido seus discípulos sobre o risco de sofrer uma morte violenta e ignominiosa, inclusive em nome da religião. É como se ele quisesse dizer aos candidatos a discípulo/a: segui-lo é uma decisão muito comprometedora, na qual se entra no omelete não como a galinha (dando os ovos) mas como o porco (dando a carne).

É claro que, com essas parábolas, Jesus não pretende desencorajar os/as discípulos/as. O que ele quer adverti-los que não é possível aderir ao Reino de Deus pela metade, que a perseverança pressupõe uma decisão lúcida e consciente, contando com as renúncias e riscos.

O evangelista conhecia a inconstância e os sinais de retrocesso das comunidades diante das dificuldades reais que estavam enfrentando. O núcleo dos perigos era o apego às riquezas, das quais a família patriarcal era um dos elos importantes. Por isso, lembrará, mais adiante, o exemplo de Zaqueu.

(Itacir Brassiani msf)

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