O discípulo missionário não teme pressões e ameaças | 772 | 12.07.2025 |
Mateus 10,24-33
No texto que rezamos ontem, Jesus nos
apresentava as atitudes que devem nortear a vida dos discípulos missionários:
confiança, simplicidade, prudência e perseverança. Hoje, no trecho que segue o
de ontem, Jesus ressalta a importância de manter ele, seu anúncio e sua
prática, em tudo e sempre, como modelo e referência, e de jamais deixar-se
imobilizar ou guiar pelo medo.
Jesus começa sublinhando uma certa
paridade entre o seu modo de viver e a atitude daqueles que ele envia como
discípulos missionários. Trata-se, por um lado, de não buscar aplausos, protagonismos
e posições de poder ou relevância, pois ele sempre se apresentou como servidor.
Isso significa ter consciência de que as violências que ele sofreu poderão ser
vividas também por aqueles que ele envia à sua frente e em seu lugar.
Jesus ilustra isso recorrendo à
experiência comum das relações sociais: o discípulo não está acima do mestre, e
o servo não está acima do senhor. Ele não critica isso que hoje seria
inaceitável aos olhos do homem moderno, mas acrescenta que os discípulos
missionários não são seus empregados, e sim irmãos e irmãs, pessoas que fazem
parte de sua família. Se a Jesus, que é como que o chefe da família, o acusaram
de ser agente do chefe dos demônios, isso também pode ocorrer com os irmãos e
irmãs que ele envia.
Mas a insistência dessa exortação de
Jesus recai sobre a necessidade de confiar, de não ter medo. O medo pode
paralisar, limitar ou desorientar o anúncio e o testemunho do Reino de Deus, e
pode levar os discípulos missionários até a fugir da missão. Mas, para Jesus,
tudo está dentro do conhecimento compassivo e da vontade do Pai. Os “podres
poderes” têm um poder limitado, têm “pés de barro”, e não podem matar o
fermento da vida inaugurada em Jesus. Como diz Paulo, mesmo que seus enviados
sejam perseguidos, o Evangelho não está algemado.
Temer a Deus significa permanecer fiel
à missão, pois ela é parte indissociável da vida nova em Cristo. Significa
também ter mais em conta a vontade de Deus que as pressões e intimidações dos
poderosos. Sem essa confiança de base, que é também a fonte da coragem
profética, a vida perde seu esplendor e seu dinamismo. Deus é Pai e está
próximo e atento às necessidades dos seus amados pequeninos. E nada escapa do
seu cuidado por nós. Ademais, aquele que nos envia, é nosso advogado!
Sugestões para a
meditação
§
Deixe
que ressoe em você e rumine por um instante cada uma das recomendações de Jesus
aos discípulos
§
Repita
e deixe ecoar em sua mente e seu coração cada palavra de estímulo de Jesus aos
seus discípulos
§ O que significa para você,
nesse momento, a ordem insistente de Jesus: “Não tenha medo”?
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