A compaixão aquece
nosso coração e nos põe a caminho | 768 | 08.07.2025 |
Mateus 9,32-38
Ontem contemplamos a bela cena da cura de uma
mulher que sofria de hemorragia, e de uma menina que foi “levantada” depois de
ser prostrada pela morte precoce. O evangelho de Mateus registra que a notícia
foi se espalhando, e assim chegou até nós. Na meditação, perguntávamos também
se cremos, como a mulher e o pai da menina, que o toque de Jesus pode nos curar
e levantar. No evangelho de hoje, Jesus continua curando, e continua sua
peregrinação pelo santuário das dores humanas, anunciando o Reino de Deus,
ensinando e curando enfermos.
Jesus sempre é tocado pelo sofrimento humano, mas não fica no simples
sentimento. Diante de um povo abandonado à própria sorte pelas autoridades, de
um povo que é descrito como cansado e abatido, espoliado e abandonado, uma
profunda compaixão toma conta de Jesus e o move a tomar iniciativas para mudar
a situação e devolver a cidadania e a vida plena às pessoas e grupos. A
compaixão, essa capacidade de se importar profundamente com a dor dos outros, é
o segredo e o motor da sua missão.
O surdo-mudo da cena de hoje é mais um símbolo vivo e eloquente desse
povo marginalizado e dependente. Sob a pressão do exército romano e das
múltiplas carências que o encarceravam, o povo não consegue nem levantar seu
próprio lamento nem gritar seu protesto. A ação de Jesus livra as pessoas desse
tormento, a multidão se admira, mas os fariseus investem contra Jesus, acusando-o
de agir em nome do demônio. Nada, porém, impede que Jesus continue sua missão
de compaixão, anunciando a Boa Notícia de Deus, ensinando e curando. A força da
compaixão é mais potente que a ameaça dos “podres poderes”.
O que ocorre é que Jesus percebe claramente que sua
missão ultrapassa suas possibilidades. Ele sabe que não dará conta de fazer
tudo sozinho. Ele precisa contar com muito mais gente nesse ministério da
compaixão, que vence a indiferença e reconstrói a vida de um povo dilacerado.
Diante da exiguidade de recursos e da pequenez da comunidade frente à extensão
da missão, Jesus não desiste nem se desespera: chama-nos, envia-nos, e pede que
rezemos, e busquemos mais colaboradores. Trata-se de ter um coração ardente e
pôr os pés a caminho.
Sugestões para a
meditação
§ Acompanhe cada palavra e cada gesto ou ação desta cena,
observando bem a atitude dos diversos personagens
§ O segredo da vida e o motor da missão de Jesus é a
compaixão, seu envolvimento visceral com as pessoas que sofrem
§ O que esta cena e estas palavras de Jesus nos ensinam sobre
a missão da Igreja e nossa nos dias de hoje?
§ Como você, e as lideranças da sua comunidade, reagem às
críticas ou acusações frente às iniciativas de evangelização e solidariedade?
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