sexta-feira, 15 de novembro de 2013

A Palavra na vida

(Lc 17,20-25) Sim, tu virás, Senhor. Cremos que virás no fim dos tempos, na plenitude, quando ninguém mais te esperará. Quando pensaremos que o teu retorno é iverossímel, uma piedosa lenda, algo de que se fala mas que ninguém mais acredita, uma daquelas coisas da fé irremediavelmente presas ao passado, ao entusiasmo dos primeiros discípulos, mas que, realisticamente falando, jamais acontecerá. Virás, e então nos sentiremos deslocados, não entenderemos, não estaremos preparados, como nunca estamos preparados para os acontecimentos imprevistos, às surpresas nem mesmo imaginadas, às coisas grandes e luminosas. O Senhor vem no coração de cada um, pede hospitalidade, espera ser acolhido, pede que sejamos ousados, que acreditemos. Ele vem, mas estamos muito  ocupados, demasiadamente presos, muito tudo... Vemos Noé passar ao nosso lado sem reconhecê-lo, e vemos também Lot, chamado a fugir das tantas sodomas e gomorras nas quais habitamos. Vemos eles, mas não sabemos mais reconhecê-los, não somos capazes de ler os sorrisos simbólicos dos profetas, não sabemos mais interpretar a imensa solidão que eles preenchem. Toma-nos pela mão, Senhor, e não nos deixes vagar na pobreza da nossa vida. Toma-nos contigo, faz-nos discípulos/as de uma vez para sempre. (Paolo Curtaz, Parola & Preghiera, novembro/2013, p. 100)

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