domingo, 13 de abril de 2014

Reflexoes do Pe. Ceolin (12)

Maria e a nova evangelização

Agradeço a graça imerecida de estar com vocês, celebrando o início da preparação em vista da solenidade celebrativa da padroeira desta paróquia, da nossa paróquia.
O tema proposto para a celebração de hoje é Maria e a nova evangelização. O Plano de Pastoral da Arquidiocese diz que “evangelizar é levar a Boa Nova de Cristo... a todos”. Levar é passar adiante, transmitir algo a outros mediante palavras e testemunho de vida. É não guardar em segredo, não reter só para si. Deus diz a Moisés que viu a miséria do seu povo, ouviu seus clamores, conhece seus sofrimenbtos e, por isso, o envia: “Vai, eu te envio para tirar do Egito o meu povo!” (Ex 3,1-10).
Um belo dia, Jesus escolheu 72 discípulos e os enviou dois a dois: “Nas casas onde vocês entrarem, digam primeiro: ‘A paz esteja nesta casa!’ Entrando numa cidade, cuidem dos doentes e digam ao povo: ‘O Reino de Deus está próximo de vocês!’ (cf. Lc 10,1-9). Após a ressurreição e antes de voltar ao Pai, Jesus confia aos apóstolos, à sua Igreja, a missão mais importante: “Vão pelo mundo inteiro e anunciem a Boa Nova para toda a humanidade!” (cf. Mc 16,15). “Vão! Vão!... Se mandem! Bem ligeirinho... Nada de conversa fiada nas esquinas...”
Hoje se diz que cabe a todos (a alguns, bem mais!) levar, transmitir, anunciar e testemunhar a Boa Nova, isto é, evangelizar: com novo ardor, com novas expressões e novos métodos. Eis porque se fala hoje em nova evangelizaçãoNova não no sentido de outra vez; nova no modo de fazê-la (ardor, expressão e métodos).  O conteúdo que temos que anunciar não é novo, é o mesmo.

O Evangelho é Jesus
Qual é a Boa Nova que nos cabe levar adiante, transmitir aos outros? Qual é a Boa Notícia que temos para proclamar? Qual é mesmo a Boa Nova, o núcleo do Evangelho?
Em primeiro lugar, sem dúvidas, a Boa Nova é Jesus Cristo. É a pessoa de Jesus, sua vida e suas obras, que somos chamados a levar aos outros.
Por quê Jesus é notícia boa, boa nova ou Evangelho para o povo? Porque ele tem uma nova doutrina, um novo projeto de sociedade, porque ele propõe uma religião diferente, uma religião para o povo.
Em Jesus e mediante Jesus o próprio Deus se coloca definitivamente ao lado dos oprimidos. A história se repete: Deus vem para o meio do povo, desce em pessoa. Ele mesmo vem libertar a humanidade. Ele mesmo vem, e entra no mundo por meio de Maria. “Conceberás e darás à luz um filho... dar-lhe-ás o nome de Jesus... Ele será grande e será chamado filho do Altíssimo... Eis que eu vos anuncio uma Boa Notícia, uma alegria para todo o povo... Hoje nasceu para vocês um Salvador, que é Cristo Jesus...”

O Evangelho é também o Reino de Deus
O Reino de Deus é o novo tempo, tempo no qual os seres humanos não mais serão oprimidos e explorados, torturados por reis e imperadores. É uma nova realidade social, política e religiosa. É um novo modo de relacionar-se com Deus e com as pessoas. É um novo jeito de organizar a sociedade nas dimensões econômica, política, social e religiosa.
Pouco a pouco, a evangelização provocará a conversão. Os convertidos irão construindo o Reino de Deus, que é o Reino da verdade e da vida, da santidade e da graça, da justiça, do amor e da paz.

Maria, a mãe e a catequista da nova evangelização
Maria é nossa mãe na ordem da graça. Nossa conversão à fé e nossa adesão a Cristo e à sua comunidade passam por Maria. Ela age, prepara o coração das pessoas para que acolham Jesus e sua mensagem.
Enquanto teve pernas, maria não ficou acomodada. Foi uma mulher ativa, e não uma dorminhoca. Uma mulher muito atenta e serviçal. Não ficava esperando pelos outros. Foi apressadamente às montanhas para servir a Isabel. Foi falar com Jesus e com os mordomos na festa de casamento em Caná. Não esteve apenas aos pés do seu filho... Esteve com os apóstolos no Cenáculo. Deste seu testemunho de fé nasceu a Igreja. A Igreja nasceu com Maria e por Maria...
Como mãe, Maria é também catequista. A nova evangelização deverá acontecer com Maria e por Maria. Ela é a presença corajosa e humana da mulher. A mulher é mais prática, mais criativa que nós homens. Novas expressões, novos métodos, novo ardor na evangelização dependem muitíssimo da presença e da ação da mulher em tudo.
Pe. Rodolpho Ceolin msf


(Anotações escritas no dia 22 de novembro de 1992 em preparação para a homilia que faria na missa de abertura tríduo da festa da Imaculada Conceição, padroeira da Paróquia do Passo das Pedras, zona Norte de Porto Alegre)

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