segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

A Boa noticia, dia-a-dia: 21, segunda

A delicadeza é irmã gêmea da sutileza. Não daquela sutileza cáustica da crítica e da ironia, mas da sutileza característica da vida, pois sutis são os fios que tecem a vida, toda vida. Sejam delicadas nossas palavras hoje! Delicadas e poéticas como as palavras que nos são oferecidas pelo Cântico dos Cânticos. Deus nos fala como fala à sua amada um namorado apaixonado que caminhando ao seu encontro, saltando sobre os montes, espiando por trás das portas... “Levanta-te, minha amada, minha formosa rainha. O inverno já passou, as chuvas passaram e se foram. No campo aparecem as flores, chegou o tempo das canções, soltam perfume as vinhas em flor... Levanta-te, minha amada, e vem!... Mostra-me teu rosto, deixa-me ouvir tua voz! Pois tua voz é tão doce, e gracioso o teu semblante.” Palavras de um Deus apaixonado por suas criaturas!... São palavras como essas as que ressoaram no ouvido de Maria, em Nazaré e nas montanhas da Judéia, vindas da boca do anjo ou da boca de Isabel. “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre! Bem-aventurada aquela que acreditou!” Neste dia em que nos despedimos precocemente do nosso estimado Ir. Nabuco (Aloísio Bruxel), cujos sutis fios da vida se desfizeram ontem, mantenhamos em nossos lábios palavras de delicadeza, serenamente conscientes de que a vida é breve e delicada, como a erva e as flores, como o orvalho da manhã. Setenta ou oitenta anos, pouco importa; que sejam anos de graça e de ventura, cantados verso a verso, abraçados ao violão ou ao cavaquinho, como gostava de fazer o Ir. Nabuco. “Vem, Senhor! Vem nos salvar! Com teu povo, vem caminhar!”(Itacir Brassiani msf)

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