sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Evangelho dominical

TRAÇOS DE MARIA

A visita de Maria a Isabel permite ao evangelista Lucas colocar em contacto João Baptista e Jesus antes de terem nascido. A cena está carregada de uma atmosfera muito especial. As duas vão ser mães. As duas foram chamadas a colaborar no plano de Deus. Não há homens. Zacarias ficou mudo. José está surpreendentemente ausente. As duas mulheres ocupam toda a cena.
Maria chegou depressa desde Nazaré e converte-se na figura central. Tudo gira em torno dela e do seu Filho. A sua imagem brilha com traços mais genuínos que muitos outros que lhe foram acrescentados posteriormente a partir de atributos e títulos mais afastados do clima dos evangelhos.
Maria, «a mãe do meu Senhor». Assim o proclama Isabel aos gritos e cheia do Espírito Santo. É certo: para os seguidores de Jesus, Maria é, antes que nada, a Mãe do nosso Senhor. Este é o ponto de partida de toda a sua grandeza. Os primeiros cristãos nunca separam Maria de Jesus. São inseparáveis. «Bendita por Deus entre todas as mulheres», ela oferece-nos Jesus, «fruto bendito do seu ventre».
Maria, aquela que acreditou. Isabel declara-a ditosa porque «acreditou». Maria é grande não apenas pela sua maternidade biológica, mas por ter acolhido com fé a chamada de Deus para ser Mãe do Salvador. Soube escutar Deus; guardou a Sua palavra dentro do seu coração; meditou; pôs em prática cumprindo fielmente a sua vocação. Maria é Mãe crente.
Maria, a evangelizadora. Maria oferece a todos a salvação de Deus que acolheu no seu próprio Filho. Esse é o seu grande mistério e o seu serviço. Segundo o relato, Maria evangeliza não só com os seus gestos e palavras, mas porque onde vai leva consigo a pessoa de Jesus e o Seu Espírito. Isto é o essencial do ato evangelizador.
Maria, portadora de alegria. A saudação de Maria contagia a alegria que brota do Seu Filho Jesus. Ela foi a primeira a escutar o convite de Deus: «Alegra-te… o Senhor está contigo». Agora, desde una atitude de serviço e de ajuda a quem a necessita, Maria irradia a Boa Nova de Jesus, o Cristo, a quem sempre leva consigo. Ela é para a Igreja o melhor modelo de uma evangelização gozosa.
 José Antonio Pagola

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