segunda-feira, 7 de maio de 2018

Seminário sobre a vida religiosa (7)


A parábola da flor de lótus e a vida consagrada
Dialogando com a conferência de Dom Marcelo Barros, a Ir. Tea Frigério recordou uma das lendas que envolvem a flor de lótus, segundo a qual essa flor é resultado da cooperação da terra, da água, do vento e do sol, que deram o melhor de si mesmos para criá-la e assim evitar a punição da humanidade. Lembrou, com isso, que as criaturas somos todas aparentadas, interligadas, relacionadas. E a espiritualidade é ação da Ruah divina, que confere sacralidade, intencionalidade, interação e movimento a todas as criaturas.
Téa Frigério afirmou que não somos consumidores de espiritualidade e de mística, mas criadores de espiritualidade, e apontou quatro caminhos ou trilhas para o desenvolvimento de uma espiritualidade que nos ajude a viver honradamente nos tempos atuais:
(1) Enamorar-se diariamente, ou seja, deixar-se maravilhar pela beleza das criaturas e acontecimentos, por quem é diferente, descobrir e maravilhar-se com o amor possível.
(2) Ousar mergulhar na escuridão, o que significa retornar às origens obscuras da vida, ao Mistério no qual fomos gerados, à dimensão de obscuridade da nossa interioridade, à obscuridade ou ocultamento social e cultural, pois nela nos recompomos e nos capacitamos para dar o passo seguinte.
(3) Aceitar o desafio de ser luz, o desafio de iluminar gastando-se, de viver e de refletir na pequenez da própria vida o Evangelho de Jesus de Nazaré, no dinamismo do enamoramento e a partir do mergulho na escuridão.
(4) Ser compassivos (maduros, plenos) como o Pai celeste é compassivo com suas criaturas, já que compaixão compreende e articula justiça e festividade, luta e festa, e, portanto, é visceralmente profética.
Itacir Brassiani msf

Nenhum comentário: