A parábola da flor de lótus e a vida consagrada
Dialogando com a
conferência de Dom Marcelo Barros, a Ir. Tea Frigério recordou uma das lendas
que envolvem a flor de lótus, segundo a qual essa flor é resultado da
cooperação da terra, da água, do vento e do sol, que deram o melhor de si
mesmos para criá-la e assim evitar a punição da humanidade. Lembrou, com isso, que
as criaturas somos todas aparentadas, interligadas, relacionadas. E a espiritualidade
é ação da Ruah divina, que confere sacralidade, intencionalidade, interação e
movimento a todas as criaturas.
Téa Frigério afirmou
que não somos consumidores de espiritualidade e de mística, mas criadores de
espiritualidade, e apontou quatro caminhos ou trilhas para o desenvolvimento de
uma espiritualidade que nos ajude a viver honradamente nos tempos atuais:
(1) Enamorar-se
diariamente, ou seja, deixar-se maravilhar pela beleza das criaturas e
acontecimentos, por quem é diferente, descobrir e maravilhar-se com o amor
possível.
(2) Ousar
mergulhar na escuridão, o que significa retornar às origens obscuras da
vida, ao Mistério no qual fomos gerados, à dimensão de obscuridade da nossa
interioridade, à obscuridade ou ocultamento social e cultural, pois nela nos
recompomos e nos capacitamos para dar o passo seguinte.
(3) Aceitar
o desafio de ser luz, o desafio de iluminar gastando-se, de viver e de refletir
na pequenez da própria vida o Evangelho de Jesus de Nazaré, no dinamismo do
enamoramento e a partir do mergulho na escuridão.
(4) Ser
compassivos (maduros, plenos) como o Pai celeste é compassivo com suas
criaturas, já que compaixão compreende e articula justiça e festividade, luta e
festa, e, portanto, é visceralmente profética.
Itacir
Brassiani msf
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