sexta-feira, 7 de outubro de 2022

ANO C | TEMPO COMUM | 28º DOMINGO

 MEMÓRIA

Com frequência perdemos a memória. Não somos capazes de recordar o que é verdadeiramente importante, aquilo que configura nossa vida e que dá sentido ao que somos e fazemos. O Apóstolo nos convida a lembrar com frequência de Jesus e daquilo que é central na sua vida: sua encarnação, morte e ressurreição. Aqui está o eixo que faz girar nossa vida com sentido, o fundamento onde nossa vida se enraíza, a base sólida na qual construímos nossos projetos. Faze memória do que Jesus Cristo é para ti. Faze memória de como ele vem configurando tua vida. Faze memória dos passos que tens dado seguindo seu caminho de fé. Faze memória daquilo e daqueles/as te ajudaram a não esquecer sua mensagem, suas propostas, seu estilo de vida.

COMPAIXÃO

O Evangelho nos convida, antes de tudo, a fixar nosso olhar em Jesus: ele escuta, não rechaça; ele se compromete, não lava as mãos; ele dá prioridade à necessidade das pessoas, e não teme as consequências de sua ação (aproximar-se de um doente significava tornar-se impuro). Sua sensibilidade e compaixão fazem que descubra em cada enfermidade uma pessoa que necessita de acolhida, cura, ânimo, integração, oportunidades. Ele promove a inclusão, a integração e a comunhão. Jesus nos desafia a desenvolver nossa capacidade compassiva de sensibilizar-nos com tantas situações de dor e sofrimento e realizar gestos de acolhida, de ajuda, de consolo, e nos chama a rezar, dizendo: “Senhor, tem compaixão de..., e ilumina-me para descobrir como eu posso ajudar”. Jesus também nos chama a tomar consciência das situações que nos escravizam, egoísmos que me fecham, problemas que me ultrapassam, e nos desafia a pedir com sinceridade: “Senhor, tem compaixão de mim” e deixar que nos cure, oriente e ajude a superar a mim mesmo.

AGRADECIMENTO

O Evangelho nos convida a fixar os olhos na reação das pessoas que são curadas. Somente um, o que menos se esperava (estrangeiro, impuro, inimigo), reconhece, valoriza, agradece e louva. Os outros nove da história são a representação daqueles/as que dão tudo por pressuposto, por merecimento, porque é pessoa do bem, porque tem direito. É a atitude da pessoa a quem custa dar-se conta do muito que deve a tantas pessoas que fazem tanto por ela. Precisamos passar de “bem nascidos” a “muito agradecidos”, e descobrir que tudo o que somos devemos, em boa parte, aos outros. Quantas vezes dizemos “obrigado!” à nossa família, aos nossos amigos, aos nossos colegas de trabalho, aos nossos educadores, à Igreja, a Deus? Podemos assumir o compromisso de dizer isso de coração e tomar consciência do que significa não viver sozinho, isolado, sem conexão, de que sou relação, sou dependente, sou "graças a Deus” e a quem ele põe cada dia ao nosso redor?

PRECE

Recorro a ti para que me cures, trates minhas feridas, remova minha acomodação, me despertes do meu sono e me ajudes a comprometer-me. Compareço diante de ti com meus medos e inseguranças, com minhas zonas obscuras que necessitam de claridade, com as escravidões das quais não consigo libertar-me. Apresento-me diante de ti para que teu perdão me alcance, tua compaixão me renove, teu amor me abrace, tuas palavras me animem, tua mensagem me salve. Procuro a ti para louvar-te, para dar-te graças por tua ajuda constante, por teu apoio e consolo, porque nunca deixas de me acompanhar. Aproximo-me de ti para aprender o que é importante, o que vale realmente a pena, o que me ajuda a caminhar sob o teu olhar e encontrar os valores nos quais minha vida lance raízes. Amém!

Pe. Fernando López Fernández msf 

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