O tesouro de Santa Rosa de Lima é a pobreza
814 | 23 de agosto de 2025 | Mateus 13,44-46
O capítulo 13 de
Mateus está para ser concluído com algumas novas explicações sobre as parábolas
e suas aplicações na vida. Aqui temos aquelas que conhecemos como parábolas do
tesouro escondido e encontrado por acaso, e da pérola preciosa ardentemente
buscada. Ambas falam, obviamente, da preciosidade incomparável do reino de Deus
e da reação de quem se encontra com ele.
Já lembramos muitas vezes e de
modos diversos que o Reino de Deus é o horizonte que dá sentido e direção a
tudo o que Jesus busca, anuncia e faz. Seu conteúdo é uma vida plena, fraterna
e solidária acessível a todas as pessoas, um mundo no qual há lugar para todas
as criaturas. E foi esse o tesouro da vida de Santa Rosa de Lima, a primeira
santa e a padroeira da América Latina.
Pode parecer surpreendente e
incompreensível que haja quem se feche a este anúncio, quem o rejeite e se
oponha a ela. Na verdade, há quem tenha essa atitude, tanto no tempo de Jesus
como hoje: gente que não admite que todos somos iguais em dignidade e possamos
compartilhar os mesmos lugares e os mesmos bens; gente que não abre mão de
usufruir de algumas coisas com exclusividade, e que considera a promoção dos
outros uma ameaça aos seus privilégios.
Por isso, as parábolas sublinham a
preciosidade, o valor incalculável do Reino de Deus, assim como a reação
esperada e adequada de quem se depara com ele. Na primeira parábola, ao que
parece o diarista que trabalha no campo encontra o tesouro por acaso. Mas o que
ele faz é justo, e nos representa: arrisca todo o pouco que tem e “aposta todas
as fichas”, com incontida alegria, no mundo assim como foi imaginado e criado
por Deus, e promovido por Jesus.
O negociante de
pérolas se dedica à procura de pérolas finas e valiosas. Quando seu empenho
alcança um bom resultado, ele se recusa a vender a pérola preciosa. Ele vende
tudo, abandona o ofício de comerciante e passa a dedicar-se integralmente ao
Reino de Deus. Ele descobre que o que vale mesmo todas as penas é buscar o
Reino de Deus e a sua justiça. O resto, inclusive as perseguições, vêm por
acréscimo. Mas esse é o tesouro que o ladrão não rouba e a traça do tempo não
corrói.
Sugestões para a
meditação
§ Escute e leia
as duas parábolas com a maior atenção possível, acompanhando com a imaginação a
ação e a reação dos personagens
§ Você acha que a
Igreja tem conseguido sublinhar adequadamente o valor precioso e desejável do
Reino de Deus aos seus membros?
§ Em que medida o
reino de Deus e a sua justiça é, para você, a única coisa necessária, o valor
pelo qual você tudo troca?
§ Nossa catequese
e nossas celebrações conseguem despertar nos cristãos a busca, a alegria e a
ousadia? Por quê?
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