A perseverança no amor nos mantém no caminho
815 | 24 de agosto de 2025 | Lucas 13,22-30
O
evangelho de hoje nos apresenta uma cena na qual alguém questiona Jesus em
relação ao número de pessoas que se salvam, à quantidade daquelas que chegam à
plena realização humana e espiritual. Quem pergunta não se interessa pelo
caminho que leva à salvação, mas pelo número dos que seriam beneficiados por
ela.
Na sua resposta, Jesus
sublinha que a salvação não dispensa o esforço pessoal contínuo. O caminho da
salvação passa pela exigente conversão. Jesus destaca também que este
engajamento é tarefa para o tempo presente, e não pode ser adiado
indefinidamente. Comparando o processo de salvação a uma porta estreita, Jesus
ressalta que chegará o tempo em que o dono da casa fechará a porta e não será
mais possível entrar. Portanto, é preciso desfrutar com responsabilidade das
possibilidades de crescimento que cada momento nos oferece. O tempo propício da
salvação é agora, e aqui é o lugar para semear Reino de Deus e ajudá-lo a
florescer.
Há gente que pensa que somente
a religião pode salvar, que as pessoas realizadas e plenamente humanas ou
santas seriam aquelas que rezam bastante, que observam as prescrições
religiosas, que regem a vida por uma moralidade estrita, que vivem neste mundo
suspirando pelo céu. Mas a religião não pode se divorciar da ética, nem do
mundo, inclusive das coisas materiais. A religião propõe uma forma específica
de viver no mundo e de se relacionar com as pessoas e coisas. Àqueles que
reduzem a religião a um conjunto de prescrições Jesus adverte: “Não sei de onde
sois...” Em lugar deles, entram no Reino de Deus muitos que eles ignoram e
desprezam.
Respondendo à pergunta sobre o número dos que se salvam, Jesus diz
que “virão muitos do oriente e do ocidente, do Norte e do Sul, e tomarão lugar
à mesa do Reino de Deus”. Em outras palavras: alguns daqueles que as religiões
e instituições descartam ou colocam em último lugar, aos olhos de Deus são os
mais importantes e ocupam os primeiros lugares. Todos os homens e mulheres são
chamados à salvação e, de um modo que só o Espírito de Deus sabe, participam do
mistério pascal de Jesus Cristo. E, mais ainda: “Há últimos que serão
primeiros, e primeiros que serão últimos”! Esta é uma verdade que coloca em
cheque nossos pretensos méritos e certezas. Quem está de pé, cuide para não
cair, diz Jesus noutro lugar.
Sugestões para a
meditação
§ Retome o episódio, não perca as
nuances da pergunta e das respostas de Jesus; saboreie aquilo que mais ressoa
ou atrai você
§ Em que
medida também nós, Igreja de hoje, estamos mais preocupados com o número de
fiéis que “entram” na Igreja que com o testemunho?
§ Será
que ainda conservamos uma mentalidade segundo a qual pessoa boa é a que
frequenta as missas e paga o dízimo?
§ Como entender hoje a imagem da “porta estreita”, evitando que signifique exclusão daqueles que creem diversamente de nós?
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