sexta-feira, 23 de julho de 2021

Roteiro de Leitura Orante do Evangelho 458

Roteiro de Leitura Orante do Evangelho 458

Dia 24/07/2021 | 16ª Semana Comum | Sábado

Evangelho segundo Mateus (13,24-30)

 

(1)     Coloque-se em atitude de oração  

·        Escolha um momento adequado e tranquilo/a para a meditação

·        Escolha o lugar no qual você se sinta bem e não seja interrompido/a

·        Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se

·        Acenda uma vela, e tome a bíblia em suas mãos

·        Tome consciência de si mesmo/a e do momento que vivemos

·        Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus

·        Prepare-se ouvindo a canção “Palavras de salvação somente o céu pra dar” (https://www.youtube.com/watch?v=ui-q2qnJyac)

              

(2)   Leia o texto da Palavra de Deus

·        Leia com toda a atenção o texto de Mateus 13,24-30

·        Leia o texto em voz alta (se achar necessário e for possível)

·        Mateus reúne do capítulo 13 do seu evangelho várias parábolas que ajudam a entender o mistério e o dinamismo do Reino de Deus

·        Com o recurso das parábolas, deseja quebrar a resistência e a oposição das elites à novidade inaugurada pelo Reino de Deus

·        Somos sempre rondados pela tentação de separar as pessoas que julgamos boas das pessoas que rotulamos como más

·        Também os discípulos de Jesus, em vez de se preocuparem em ser sal, fermento e luz no mundo, sonham em se separar dos “imundos”

·        Não podemos ceder à tentadora visão de um mundo “totalmente dominado” nem na ilusão de um mundo plenamente purificado

·        O que a Palavra de Deus diz em si mesma?

 

(3)   Medite a Palavra de Deus

·        Procure perceber: O que a Palavra de Deus diz a você hoje?

·        Você percebe que se comporta como os agricultores que pretendem separar o joio do trigo, com o risco de ser confundido pelas aparências?

·        O que Jesus quer nos ensinar com a parábola do trigo e do joio? Será a passividade diante do mal?

·        Em que medida somos iludidos pelo sonho de uma Igreja e um mundo isento de ambiguidades, descanso para quem desistiu de lutar?

·        Como evitar o engano de pensar indevidamente que o tempo da colheita chegou, e colocarmo-nos como colhedores e não como trigo?

 

(4)   Reze com o texto lido e meditado

·        Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus

·        Depois de escutar atentamente, agora é sua vez de falar

·        Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus

·        Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta

·        Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas

·        Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?

·        Coloque-se diante do Senhor como de um espelho, e peça a graça de perceber suas próprias ambiguidades e ambivalências

·        Procure ler e entender esta parábola do Reino relacionando-a com as parábolas do fermento e da semente de mostarda

 

(5)    Contemple a vida à luz da Palavra

·        Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus

·        Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala

·        Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação

·        Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?

·        O que fazer para que o vírus do negacionaismo e da intolerância não infectem irreversivelmente a Igreja e a sociedade brasileira?

 

(6)   Retorne à vida cotidiana

·    Recite o Pai Nosso e a Ave Maria

·    Recite ou cante a invocação: Jesus, Maria e José: acolhei-nos, iluminai-nos e congregai-nos!

·    Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

·    Medite assistindo um clip tailandês sobre a compaixão (Acessível aqui: https://www.youtube.com/watch?v=mByZJkSQBbU)

·    Apague a vela e termina seu momento de oração

Pistas sobre Mateus 13,24-30

Ao lado da parábola do semeador, esta parábola do trigo e do joio é uma das mais conhecidas dos leitores/as. Na verdade, para não resvalarmos para uma interpretação parcial e arbitrária do dinamismo do Reino de Deus, precisamos ler conjuntamente todas as parábolas do Reino. Mas cada uma delas tem seu conflito subjacente e seu foco.

Depois de termos meditado a parábola do semeador e uma das suas possíveis interpretações, hoje somos colocados diante de uma nova parábola. Qual seria o conflito ou a preocupação que subjaz à parábola do trigo e do joio? A quais questionamentos ela se propõe a responder? No contexto literário é difícil perceber, pois, no capítulo 13, Mateus agrupa várias parábolas, como se fosse um livreto separado.

A ambiguidade dos pensamentos e sentimentos, nossos e dos outros, nos atordoam. É difícil aceitar a ambivalência dos acontecimentos, instituições e estruturas. Por que as coisas e pessoas não são mais simples, transparentes e coerentes? Até a Igreja, comunidade dos discípulos/as de Jesus, que nasceu para ser sinal eloquente e unívoco de Jesus e do Reino de Deus, tem suas contradições e sombras que colaboram para desbotar as cores vivas do Reino.

É este conjunto de questões que nos rondam ontem e hoje que a parábola do trigo e do joio quer iluminar. Assim como Deus viu que as criaturas que brotaram de suas generosas mãos de artista são belas e boas, também a semente do Reino de Deus espalhada pelos cristãos nos diversos terrenos da missão são boas e fecundas. Mas a história e o tempo continuam sendo o terreno das imperfeições e do crescimento.

Não adianta lamentar, nem é possível tentar separar e excluir as pessoas que taxamos como maldosas ou menos boas enquanto estamos a caminho. Se é pelos frutos (e não pelas folhas e pelas aparências!) que conhecemos as árvores, é também pelos frutos (que quase sempre chegam no final da vida das plantas) que demonstraremos quem somos e conheceremos os outros. Aqui nada é puro, nada é perfeito.

 (Itacir Brassiani msf)

Ensinamento do Papa Francisco

As pessoas parecem já não acreditar num futuro feliz nem confiam cegamente num amanhã melhor a partir das condições atuais do mundo e das capacidades técnicas. Tomam consciência de que o progresso da ciência e da técnica não equivale ao progresso da humanidade e da história. Apesar disso, também não se imaginam renunciando às possibilidades que oferece a tecnologia. O avolumar-se de constantes novidades consagra uma fugacidade que nos arrasta à superfície numa única direção. Torna-se difícil parar para recuperarmos a profundidade da vida”. (Laudato Si’, § 113)

 

Leitura Orante do Evangelho

A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e para fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade.

O Papa Bento XVI diz que “ouvir juntos a Palavra de Deus, praticar a Lectio Divina, deixar-se surpreender pela novidade do Evangelho, superar a surdez àquilo que não está de acordo com nossas opiniões ou preconceitos, é um caminho para alcançar a unidade da fé, como resposta à escuta da Palavra”.

Em tempos nos quais o amor ao próximo e a precaução com a saúde impõem restrições à convivência e à movimentação social, a Leitura Orante é um modo de ir além da simples assistência de celebrações virtuais e uma forma evitar que este seja um tempo pesado e estéril.

Os textos propostos aqui são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. Pessoas e grupos que desejarem, podem escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, seja preparado um roteiro e se evite escolher apenas os textos que agradam mais.

Que a Palavra de Deus encontre em cada um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis, produza bons e abundantes frutos para a vida do mundo.

 Missionários da Sagrada Família

https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS

(http://itacir-brassiani.blogspot.com/)

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