quinta-feira, 5 de outubro de 2023

O Evangelho na vida de cada dia (127)

127 | Ano A | 26ª Semana Comum | Sexta-feira | Lucas 10,13-16

(06/10/2023)

No episódio do envio dos 72 discípulos, que meditamos ontem, Jesus nos apresentava uma espécie de cartilha ou guia da ação missionária. Jesus deixa claro, desde o início, que rejeição e a perseguição estão no horizonte. A casa é o ponto de apoio da missão, e a pobreza de recursos não é uma dificuldade, mas a garantia da autenticidade do anúncio. Na vida dos discípulos/as missionários/as não há lugar para qualquer reação violenta.

Os versículos de hoje prosseguem o tema anterior. Betsaida era a cidade de origem de alguns discípulos. Cafarnaum havia sido escolhida por Jesus para ser a cidade referencial de onde partia em missão e para onde voltava. Estes dois pequenos povoados tiveram a oportunidade de ver de perto a ação libertadora e formativa de Jesus. Conheciam ele e o estilo de vida dos seus discípulos não apenas por ouvir dizer.

É por isso que, mesmo não autorizando seus discípulos a fazer mais que bater o pó das sandálias quando seu anúncio fosse rejeitado, Jesus pronuncia palavras duras contra estas duas cidades. Entretanto, estas palavras não são uma condenação, mas um contundente apelo à acolhida e à conversão. Ele não veio para julgar e condenar, mas para que o mundo seja salvo.

Jesus compara a postura destes povoados com aquilo que aquilo ocorreu em dois outros povoados, considerados como típicos inimigos do povo de Israel: Tiro e Sidônia. E afirma que se estes últimos dois povoados tivessem a oportunidade de ver e ouvir o que as pessoas de Cafarnaum, Corazim e Betsaida viram e ouviram, teriam se convertido. Os povos que os judeus consideram seus arqui-inimigos são melhores que eles, diz Jesus!

Este contundente apelo de Jesus à acolhida e à conversão termina com uma importante afirmação teológica, pastoral e espiritual: Jesus está presente na pessoa e na ação daqueles/as que ele envia, assim como o Pai está presente nele. Acolhê-los/as ou rejeitá-los/las, escutar e levar a sério o que eles/as dizem ou manter-se indiferente ou com “sua própria versão das coisas” é a “prova dos nove” da justiça e da santidade dos discípulos/as missionários/as.

 

Meditação:

§  Releia atentamente o texto, retomando também os versículos que o antecedem e escutando atentamente as fortes palavras de Jesus

§  Não caia na tentação de imaginar que as advertências de Jesus são dirigidas a outras pessoas, cidades e comunidades

§  Você sente-se atingido/a pelas palavras de Jesus, interpelado/a a não fazer pouco caso do Evangelho e das suas testemunhas?

§  Você vê algum sinal indicativo de que estamos correndo o risco de reproduzir na Igreja a atitude do povo de Cafarnaum e Corazim?

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