terça-feira, 31 de outubro de 2023

O Evangelho na vida de cada dia (153)

153 | Ano A | 30ª Semana Comum | Terça-feira | Lucas 13,22-30

01/11/2023

O evangelho de hoje nos apresenta uma cena na qual alguém questiona Jesus em relação ao número de pessoas que se salvam, que chegam à plena realização humana e espiritual. Esta pessoa não se interessa pelo caminho que leva à salvação, mas pelo número dos que seriam beneficiados por ela. Na sua resposta, Jesus sublinha que a salvação não dispensa o esforço pessoal contínuo. O caminho da salvação passa pela exigente conversão.

Jesus sublinha também que este engajamento é tarefa para o tempo presente, e não pode ser adiado indefinidamente. Comparando o processo de salvação com uma porta estreita, Jesus ressalta que chegará o tempo em que o dono da casa fechará a porta e não será mais possível entrar. Portanto, é preciso desfrutar com responsabilidade das possibilidades de crescimento que cada momento nos oferece. O tempo propício da salvação é agora, e aqui é o lugar para semear Reino de Deus e ajudá-lo a florescer.

Há gente que pensa que somente a religião pode salvar, que as pessoas realizadas e plenamente humanas ou santas seriam aquelas que rezam bastante, que observam as prescrições religiosas, que regem a vida por uma moralidade estrita, que vivem neste mundo suspirando pelo céu. Mas a religião não pode se divorciar da ética, nem do mundo, inclusive das coisas materiais. A religião propõe uma forma específica de viver no mundo e de se relacionar com as pessoas e coisas. Àqueles que reduzem a religião a um conjunto de prescrições Jesus adverte: “Não sei de onde sois...”

Respondendo à pergunta sobre o número dos que se salvam, Jesus diz que “virão muitos do oriente e do ocidente, do norte e do sul, e tomarão lugar à mesa do Reino de Deus”. Em outras palavras: alguns daqueles que as religiões e instituições descartam ou colocam em último lugar, aos olhos de Deus são os mais importantes e ocupam os primeiros lugares. Todos os homens e mulheres são chamados à salvação e, de um modo que só o Espírito de Deus sabe, participam do mistério pascal de Jesus Cristo. E, mais ainda: “Há últimos que serão primeiros, e primeiros que serão últimos”! Esta é uma verdade que coloca em cheque nossos pretensos méritos e certezas.

 

Meditação:

§  Retome o episódio, não perca as nuances da pergunta e das respostas de Jesus; saboreie aquilo que mais ressoa ou atrai você

§  Em que medida também nós, Igreja de hoje, estamos mais preocupados com o número de fiéis que “entram” na Igreja que com o testemunho?

§  Será que ainda conservamos uma mentalidade segundo a qual pessoa boa é a que frequenta as missas e paga o dízimo?

§  Como entender hoje a imagem da “porta estreita”, evitando que signifique exclusão daqueles que creem diversamente de nós? 

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