domingo, 1 de outubro de 2023

O Evangelho na vida de cada dfia (123)

123 | Ano A | Santos Anjos da Guarda | Mateus 18,1-5

(02/10/2023)

No capítulo 18 a 20 do seu evangelho, Mateus nos oferece diversas catequeses que Jesus dedica à formação dos seus discípulos, a caminho para Jerusalém. São orientações fundamentais para que a comunidade cristã viva um estilo de vida alternativo e profético, testemunhando assim a força transformadora do Evangelho. O ensino de Jesus não se resume a ilustrar ideias, mas culmina na instauração de novas práticas, de um modo novo de viver.

A tentação do elitismo e do autoritarismo rondam a comunidade dos discípulos/as de Jesus desde sempre. A pergunta sobre quem é o maior no Reino de Deus o demonstra, e a resposta de Jesus quer cortá-la pela raiz. Para ilustrar a virada radical do Reino, Jesus desenvolve seu ensino tomando uma criança como figura real e simbólica.

Aqui, a criança não aponta para a inocência, tão ao gosto da modernidade burguesa, mas para sua condição social de fragilidade, insignificância e marginalidade. Para Jesus, as crianças são também o retrato perfeito da comunidade cristã, que nasceu para viver nas margens e ensaiar uma vida alternativa ao judaísmo e ao império romano. E a ideia do anjo da guarda vem, de alguma forma, confirmar o cuidado de Deus por ela.

O estilo de vida inaugurado por Jesus e proposto por seu Evangelho é contracorrente, precisa ser aprendido e exercitado, pois é exigente. Como as crianças, os discípulos/as de Jesus são preciosos aos seus olhos, são importantes por serem pequenos, e as autoridades cristãs tem o dever de protege-los. Eles/as podem se perder, e se tornar mais frágeis ainda. O próprio deus toma conta dos seus pequenos, como nos atesta a figura do Anjo da Guarda.

O Pai não quer que nenhum deles (sejam eles crianças, pobres, estrangeiros ou qualquer outro grupo social marginalizado) se perca, e a comunidade deve assumir esse cuidado em nome de Deus. Por sua vez, os discípulos/as devem confiar totalmente na acolhida que o Pai suscita nas pessoas e povos aos quais forem enviados. Não somos grandes ou importantes pela origem, pela riqueza, pela educação, pela profissão, função ou pelo poder que exercemos, mas porque somos filhos/as amados/as do Pai e portadores/as do tesouro do Reino.

 

Meditação:

§  Exercite sua imaginação e procure participar da cena com todos os seus sentidos, para acolher o sentido integral do texto

§  Você percebe as ambições e expectativas de reconhecimento e precedência que às vezes se insinuam nos seus trabalhos?

§  Como você se sente em relação à condição liminar (margem, insignificância, despojamento) dos discípulos de Jesus?

§  Você tem conseguido se exercitar na confiança no cuidado do Pai e na hospitalidade na sua prática comunitária e pastoral?

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