sábado, 30 de setembro de 2023

O Evangelho na vida de cada dia (122)

122 | Ano A | 26ª Semana Comum | Domingo | Mateus 21,28-32

(01/10/2023)

Jesus está em Jerusalém, no espaço do templo, e a discussão é com a elite religiosa e social (chefes dos sacerdotes e anciãos). Esta é a primeira de três parábolas que Jesus dirige à elite religiosa que o persegue, nas imediações do templo, destino de todas as romarias populares, em Jerusalém. Ele começa com uma pergunta, convocando os interlocutores a tomarem posição, e é Jesus mesmo quem propõe uma interpretação da parábola.

A ênfase da parábola está claramente colocada na figura do pai e na prática concreta da sua vontade. Os dois filhos mencionados na parábola são personagens que correspondem, por um lado, aos pecadores/as, que aceitam a pregação de João Batista e de Jesus e se tornam discípulos/as, e, por outro lado, à elite religiosa, que se fecha tanto a João como a Jesus. Ambos são chamados a trabalhar na vinha. Um se nega, mas depois vai; o outro responde sim, e depois não faz nada.

A interpretação de Jesus não deixa dúvidas. Convocados a emitir um juízo sobre a atitude contrastante dos personagens, os sacerdotes e anciãos se autocondenam. A sentença de Jesus é clara e provocadora: os cobradores de impostos e as prostitutas (dois grupos sociais catalogados pelos judeus piedosos entre os piores pecadores) precedem (no presente!) a elite religiosa no Reino de Deus, porque aceitaram o caminho da justiça e da conversão pregado por João. A elite, em vez disso, não acreditou em João, e, nem mesmo vendo o testemunho deles, mudou de atitude.

Nossa adesão à vontade do Pai deve ser firme e duradoura, e ser demonstrada em ações concretas. Trata-se de um “caminho de justiça”, ou seja, de ação coerente com a pauta de justiça, solidariedade e transformação do Reino de Deus. E jamais podemos esquecer que a lógica de Deus não coincide necessariamente com a nossa lógica. Como no texto que refletimos no último domingo, a ação de Deus em relação ao ser humano não se orienta pelo mérito, mas pela necessidade. Ele não dá a cada pessoa aquilo que ela merece, mas aquilo que ela necessita.

 

Meditação:

§  Releia atentamente a parábola e a interpretação que o próprio Jesus dá a ela, chamando-nos a um caminho de justiça

§  Será que às vezes também nós estaríamos reduzindo a fé a puras intenções, palavras e promessas?

§  Será que também hoje, nós, que animamos nossas Igrejas, não estaríamos sentindo-nos melhores e superiores que os outros/as?

§  Será que a adesão ao Evangelho e a mudança de vida de muitas pessoas pobres e incultas não nos chamam a uma mudança?

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