sábado, 9 de setembro de 2023

O Evangelho na vida de cada dia (104)

Ano A | 23ª Semana Comum | Domingo | Mateus 18,15-20

(10/09/2023)

Mateus dedica os capítulos 16 a 18 para nos apresentar o empenho de Jesus na formação dos seus discípulos no modo de vida inspirado no Reino de Deus. Temos aqui as orientações fundamentais para que a comunidade cristã viva um estilo de vida liminar: alternativo, inovador, profético e crítico aos estilos então culturalmente habituais e politicamente predominantes.

Embora seja chamada a ser alternativa, a comunidade dos discípulos/as não é perfeita. As tensões e conflitos são inevitáveis. Às vezes, as lideranças são intolerantes em relação aos erros dos seus irmãos e irmãs. Para evitar que os membros da comunidade fiquem à mercê do humor das autoridades, Jesus traça um caminho pedagógico, em quatro passos. O objetivo é ajudá-los a tomar consciência dos erros e mudar de atitude.

O ponto de partida é a convicção de que a ofensa recíproca é algo sério, algo que precisa ser resolvido, e não ser posto “embaixo do tapete”. O primeiro passo é um diálogo pessoal e fraterno, para que o/a ofensor/a reconheça seu deslize. Se isso não resolve, volta-se a conversar com ele/a na presença de testemunhas. Se também isso resultar em fracasso, a questão é levada à comunidade dos discípulos/as. Mas nem assim o êxito está garantido!

Se as três tentativas resultarem em nada, a ruptura então pode ser declarada publicamente. Mas a missão reconciliadora dos cristãos fiéis não termina com esta declaração. Colocando os/as ofensores/as resistentes no grupo dos publicanos e pecadores, Jesus está dizendo que eles são campo permanente de missão, como ele mesmo o demonstrou sobejamente. Longe de Jesus tolerar ou ratificar práticas de exclusão definitiva!

Jesus pede paciência e lucidez na relação com as pessoas que erram, ou seja, com todos os membros da comunidade. A comunidade cristã (e não apenas Pedro!) tem a faculdade de atar e desatar, ou seja: de discernir quem está dentro e quem se coloca fora dela. Mas é sempre o próprio Jesus que manifesta sua inesgotável misericórdia por sua presença e ação na comunidade dos discípulos e discípulas que se deixam reconciliar.

 

Meditação:

§   Retome esta lição de Jesus, passo a passo, frase por frase; se possível, leia também os versículos anteriores (v. 1-14)

§   Como você, sua família e sua comunidade enfrentam os conflitos e tensões de relacionamento e convivência?

§   Por que é sempre mais fácil queixar-se das pessoas que nos ofendem ou prejudicam a terceiros, evitando falar com elas?

§   Reflita sobre o que significa, na perspectiva de Jesus, tratar os/as ofensores/as como gentios ou cobradores de impostos?

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