sexta-feira, 1 de setembro de 2023

O Evangelho na vida de cada dia (96)

Ano A | 21ª Semana Comum | Quinta-feira | Mateus 25,14-30

(02/09/2023)

Jesus não desperdiça nenhuma ocasião para ensinar. Ele desenvolve a corajosa lição de hoje num sábado, na casa de um dos chefes dos fariseus, logo depois de afirmar que as necessidades de qualquer pessoa estão acima de toda e qualquer prescrição legal. Iniciando o mês que a Igreja do Brasil dedica à Palavra de Deus, fixemos os olhos em Jesus, a Palavra que ressoa como Boa Notícia.

Jesus não fica na superfície das questões. Seu ensino não é sobre as regras de boas maneiras numa refeição solene, mas sobre uma questão fundamental da vida cristã: quem é o maior ou o primeiro, o mais importante ou notável na vida cristã? Ele começa pela crítica ao orgulho e aos privilégios e passa à questão dos beneficiários da nossa atenção. Ele conhece o costume de privilegiar, tanto nas festas quanto nas decisões e projetos políticos, os familiares, parentes, amigos e vizinhos. Para Jesus, este é um círculo muito estreito.

Inicialmente, Jesus fala aos hóspedes que estão com ele à mesa, afirmando que “todo aquele que se exalta será humilhado, e quem se humilha será exaltado”. Depois, dirige-se ao próprio anfitrião, e questiona sua expectativa de retribuição, deixando muito claro que orgulho e a busca de retribuição não batem com o Evangelho. Os cristãos e as igrejas não podem ceder a honras e vaidades, mas buscar decididamente o lugar reservado aos servidores, superar a prática de apoiar e defender prioritariamente aqueles/as que a favorecem.

Jesus inverte a ordem dos grupos e pessoas que costumam aparecer no topo das nossas listas de convidados, presenças infalíveis em nossas festas e solenidades: os pobres, aleijados, coxos e cegos devem ser os primeiros! Jesus não quer estragar nossas festas, mas questionar a estreiteza das fronteiras que traçamos entre ‘nós’ e ‘eles’, entre os ‘nossos’ e os ‘outros’. Jesus questiona a busca de compensações que rege nossas pequenas e grandes ações.

Para quem segue o caminho de Jesus, a recompensa é prometida para ressurreição dos justos. A felicidade que ninguém pode roubar é aquela que conquistamos entrando pela estreita porta da humildade, da generosidade e da solidariedade. Enquanto caminhamos nesta direção, não há honra e alegria maiores que servir, compartilhar sonhos e lutas com aqueles que normalmente são ejetados para os últimos lugares.

 

Meditação:

§  Releia atentamente este ensino de Jesus, reconstituindo a cena e participando ativamente dela

§  Observe atentamente a atitude e os pensamentos dos convidados à mesa, e, especialmente, o olhar e as palavras de Jesus

§  Que lugar as pessoas mais pobres e com posses limitadas têm em nossos eventos e projetos?

§  Examine com sinceridade e profundidade o que motiva aquilo que você faz: a gratuidade ou a expectativa de retorno?

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