segunda-feira, 4 de setembro de 2023

O Evangelho na vida de cada dia (99)

Ano A | 22ª Semana Comum | Terça-feira | Lucas 4,31-37

(05/09/2023)

Depois da estreia aparentemente malsucedida em Nazaré, sua terra, Jesus volta a Cafarnaum, onde já havia atuado e causara forte impressão. Como pregador itinerante, ele prioriza o ensino aos sábados, nas sinagogas, que são lugares de encontro do povo que vivia nas aldeias e pequenas cidades.

As sinagogas são o lugar da Palavra, um espaço controlado de modo quase absoluto pelos doutores da lei e pelos fariseus. E é ali, em dia de sábado, que Jesus realiza o primeiro sinal narrado por Lucas. E é também ali, e por causa desse sinal, que Jesus começa a ser hostilizado, e onde ressoa pela primeira vez a pergunta: “Que palavra é essa? Quem é esse homem?”

O primeiro sinal (ou milagre) de Jesus, que faz parte do seu ministério de emancipação e libertação das pessoas dominadas pelas forças que oprimem e escravizam, é a cura de uma pessoa dominada por um “espírito impuro”. Trata-se de uma pessoa despersonalizada, que perdeu sua identidade e é conduzida por poderes e forças misteriosas, exteriores a si mesmo.

A cena deixa transparecer uma luta de mensagens ou uma disputa de espaços entre o Ungido pelo Espírito e os Doutores da Lei. No grito do homem doente o que ressoa é a percepção e a voz dos doutores da lei: “Viestes para nos destruir?” A reação do povo é a admiração diante de uma palavra eficaz e libertadora, de uma palavra que tem autoridade.

O Evangelho da misericórdia e da compaixão de Deus cala a voz dos defensores de uma lei que discrimina e condena. Jesus não vem insistir no cumprimento da lei e no pagamento das dívidas contraídas pelo pecado, mas anunciar e inaugurar um tempo de graça e compaixão. E é isso que impressiona e causa admiração e esperança no povo cansado e abatido.

Grande notícia e belo desafio para os discípulos/as missionários/as: experimentar, anunciar e testemunhar essa boa e alentadora notícia. A resposta de fé suscitada pelo encontro com Jesus não se reduz ao culto e ao louvor, mas pede um engajamento cotidiano na tarefa de libertar os irmãos e irmãs e fazer este mundo melhor.

 

Meditação:

§  Retome pacientemente o episódio narrado por Lucas, acompanhando tudo com os olhos da imaginação

§  Sua compreensão sobre o Evangelho do Reino é essa de Jesus: uma boa notícia libertadora para todos os tipos de vítima?

§  Qual é o lugar e a força de transformação que o Evangelho, a Boa Notícia de Jesus, tem na sua vida?

§  O que o Evangelho de Jesus provoca em você: admiração e entusiasmo ou medo e inquietação?

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