terça-feira, 12 de setembro de 2023

O Evangelho na vida de cada dia (107)

Ano A | 23ª Semana Comum | Quarta-feira | Lucas 6,20-26

(13/09/2023)

No “sermão” de hoje, Jesus fala aos discípulos que chamou ou que o buscaram espontaneamente. Na sinagoga de Nazaré, ele já havia deixado claro que, com ele e com o advento do Reino de Deus, inaugurava-se um tempo de gratuidade e felicidade no qual os pobres e oprimidos ocupam o primeiro lugar.

Jesus distingue claramente dois grupos de pessoas: um grupo que ele declara feliz, e um grupo que ele caracteriza como maldito. As pessoas felizes são as discípulas verdadeiras, coerentes, solidárias, colaboradoras de Deus no mundo. As pessoas malditas são as que não permitem que Deus interfira nas suas escolhas e, assim, impedem que ele reine na sociedade.

Os pobres (concretamente, as pessoas carentes e dependentes) são felizes porque são os destinatários do Reino de Deus. E os ricos (que em Lucas são representados pelo homem indiferente e avarento da parábola do rico e de Lázaro) devem se lamentar porque não descobriram o tesouro da partilha e da solidariedade, e se detém em satisfações egoístas e fugazes.

Aos famintos (toda caracterização é dispensável!) Jesus opõe os satisfeitos (orgulhosos com o que têm). Felizes são as pessoas que choram (aquelas que lamentam a morte de uma pessoa querida ou um erro cometido), enquanto que grupo dos que riem (seguros de si mesmos, que se sentem melhores e superiores) é declarado maldito.

Felizes são também os/as discípulos/as que sofrem ódio, exclusão e insultos por causa de Jesus e do Reino de Deus, enquanto que as pessoas despreocupadas, badaladas e estimadas como os falsos profetas merecem a reprovação de Jesus e não chegam a experimentar a verdadeira felicidade.

Não se trata de um desejo vazio de Jesus, nem de uma promessa para depois da morte, mas de uma declaração que tem a força de quem a pronuncia. Nessas palavras, Jesus desmascara as ilusões dos ricos e satisfeitos e assegura a reviravolta, já iniciada pela instauração do Reino de Deus.

 

Meditação:

§  Retome cada proclamação e cada lamentação correspondente e as deixe repercutir em você, mantendo os pés no chão

§  Não disfarce e deixe aflorar o incômodo e a estranheza que esta Palavra de Jesus causa em você

§  Para você é difícil concordar com o que Jesus diz e faz? Você tem vontade de amenizar sua fala, de adocicar suas palavras?

§  Experimente inverter o que Jesus diz: ai dos pobres, ai dos que choram, ai dos que têm fome... Isso é humano e aceitável?

§  Você continua disposto a seguir este caminho especial de felicidade proposto por Jesus, e está consciente das exigências que comporta?

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