domingo, 21 de abril de 2024

A luz do Evangelho em nossa vida (327)

327 | Ano B | 4ª Semana da Páscoa | Segunda-feira | João 10,1-10

22/04/2024

Jesus entra em nossa casa e nos conduz para fora. O Bom Pastor não quer isolar seu rebanho dentro de um redil e conservá-lo seguro, mesmo que este redil se chame Igreja. Ele não quer reduzir a vida dos/as discípulos/as ao ambiente doméstico, indiferente ao mundo exterior. Ele chama pelo nome e conduz aqueles/as que o ouvem para fora de si mesmos e para fora de um sistema que anestesia e, ao mesmo tempo, separa, hierarquiza e aprisiona as pessoas.

Jesus, o Bom Pastor, chama pelo nome e manda sair às periferias. Neste percurso, ele mesmo caminha à nossa frente, livre e solidário, cordeiro e pastor. Ele não considera suficiente despertar os homens e mulheres, e mostrar-lhes um caminho. Ele se faz caminho e companheiro de caminhada, um pouco à frente para dissipar medos e incertezas, mas sempre próximo para curar as feridas e fortalecer nos tropeços. No fim, ele é porta aberta em forma de cruz, passagem-páscoa para a liberdade, seta que aponta para um outro mundo possível. O importante é reconhecer sua voz que nos chama pelo nome e nos convida a sair.

Além de manter uma relação personalizada com cada pessoa, Jesus também reúne um rebanho, uma comunidade, uma coletividade. Àqueles que ele congrega, também aponta um caminho de saída, um estilo de vida comunitário, solidário. Somos ovelhas do seu rebanho, membros de um povo solidário. Recebemos o bônus e o ônus de estarmos ligados a um povo e a um mundo que caminha para a liberdade tropeçando nos próprios pés, mas que também mantém o olhar fixo naquele que vai à sua frente.

O sonho de Deus é ver a vida florescendo em todas as dimensões e para todos os seus filhos e filhas. Não se trata de uma vida miúda, apertada e resignada, mas de uma vida abundante, transbordante. A festa da vida não pode ser reservada a uma meia dúzia de privilegiados/as. É entrando e saindo do redil de Jesus, vivendo nossa vida como dom, que encontramos pastagem. É na ousadia de ir além dos limites e muros erguidos por ideologias mesquinhas que encontraremos o alimento que sustenta esta vida tão sonhada.

 

Meditação:

·    Recomponha na memória as principais comparações desta polêmica pregação de Jesus contra as lideranças

·    Como a imagem da porta pode nos ajudar a entender a identidade e a missão da comunidade cristã e da Igreja de hoje?

·    Nossas comunidades e Igrejas se parecem mais com portas abertas, que ajudam a entrar e sair, ou com redis ou currais fechados?

·    Em tempos de indiferença doentia e de proliferação de Igrejas, o que significa entrar por Jesus, sair e encontrar pastagem?

·    Num contexto de crescente distância entre ricos e pobres, como e através de quem Jesus concede vida abundante a todos/as?

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