domingo, 28 de abril de 2024

A luz do Evangelho em nossa vida (334)

334 | Ano B | 5ª Semana da Páscoa | Segunda-feira | João 14,21-26

29/04/2024

Saltando alguns versículos que prosseguem o trecho meditado no último sábado, os quais apresentam a promessa de Jesus de enviar aos seus discípulos/as um “outro Advogado”, o “Espírito da Verdade”, este trecho afirma a presença de Deus nas relações fraternas, solidárias e servidoras dos seus discípulos e discípulas. Não somos apenas nós que podemos morar na casa de Deus; ele mesmo pode estabelecer em nós sua morada.

Esta é a primeira vez que Jesus fala do amor dos discípulos a ele. Até este momento, ele falara apenas da necessidade de amar os irmãos e irmãs, e de estar disponível às necessidades do povo. Nesta perspectiva, crer em Jesus significa aderir amorosamente a ele, comportar-se como ele, compartilhar seus sonhos, seus pensamentos e suas atitudes. Mas o amor a ele se encarna e se mostra necessariamente no amor aos irmãos e irmãs, no amor que nos torna irmãos, porque não é mero sentimento. A ação em benefício dos outros é a única forma de concretizar o amor.

Este amor só é chamado de mandamento porque é norma de vida, e fundamenta e substitui todos os demais códigos de leis. No evangelho de João, Jesus jamais cita ou enumera os dez mandamentos, pois entende que só existe um mandamento. O amor fraterno e concreto é a chave que abre a porta para que o Pai e o Filho façam em nós sua morada. Sendo o que “acomuna” o Pai e o Filho, o Espírito Santo de Amor é também o que une os discípulos entre si, a Jesus e ao Pai. Enquanto algo a ser proclamado, esse amor recebe o nome de mensagem; enquanto norma de vida, é chamado de mandamento; enquanto dinamismo de Deus em nós, é apresentado como Espírito Santo.

Jesus adverte seus discípulos e discípulas sobre o fato de que amá-lo significa guardar sua Palavra, ou sua ordem, de amarmo-nos como ele nos amou, implica em comportar-se como ele em relação a tudo e todos/as. Sendo a essência do Espírito de Deus, o amor transforma a comunidade cristã e os milhões de discípulos/as anônimos/as em infinitas vivendas mediante as quais Deus se faz presente no mundo. Não o adoramos em santuários ou templos, mas em espírito e verdade, mediante atitudes e ações muito concretas.

 

Meditação:

·    Recomponha na memória as palavras que Jesus dirige aos discípulos, depois da ceia e prestes a ser preso e crucificado

·    Situe-se junto com os discípulos, perturbados com o gesto extremo de fraternidade de Jesus expresso no lava-pés, com o anúncio da sua morte e com a previsão de que seria traído por um dos seus discípulos mais íntimos

·    Será que na voz de Judas se expressa a ideologia, ainda muito presente em nós, que espera de Jesus manifestações gloriosas e espetaculares, jamais a manifestação íntima e discreta aos discípulos e na cruz?

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