segunda-feira, 22 de abril de 2024

A luz do Evangelho em nossa vida (328)

328 | Ano B | 4ª Semana da Páscoa | terça-feira | João 10,22-30

23/04/2024

Este episódio do evangelho está no contexto da festa da dedicação do templo de Jerusalém, quando Jesus se apresenta como porta que conduz à vida e pastor que conhece seu rebanho e cujas ovelhas reconhecem e seguem sua voz. Mesmo que o templo abrigue seus maiores opositores, que já o ameaçaram com apedrejamento, Jesus passeia por ele como quem se sente em casa.

As lideranças que controlam o templo e o judaísmo veem Jesus como uma ameaça, têm a impressão que ele lhes tira o fôlego. Pouco antes do episódio de hoje, haviam dito claramente que Jesus estava louco ou possuído pelo diabo. Angustiados e irritados, elas cercam Jesus no templo, numa clara demonstração de ameaça. E o desafiam a apresentar-se claramente como Messias, não para que acreditassem, mas para terem motivo para condená-lo.

O vazio de poder aberto pela espera indefinida de um messias havia sido ocupado por estas lideranças, membros das famílias nobres e empoderadas, e elas temem perder o poder. Jesus havia dito que tais pessoas eram cegas por opção, não fazem parte do seu rebanho, não reconhecem nele a voz e a mão de Deus, servem e seguem a mercenários. Orgulham-se de ser descendentes de Abraão e defensores da Lei de Moisés, mas o são apenas da boca para fora.

Jesus percebe a artimanha deles e, como já fizera em várias oportunidades, foge de uma discussão teórica e estéril sobre o Messias. Jesus prefere invocar o testemunho das suas ações de afirmação da dignidade e restauração da liberdade das pessoas, e os chama a tomar posição. São suas obras que testemunham se ele está com Deus ou não, se Deus está com ele ou não. Assumir a defesa do ser humano humilhado significa estar com Deus. Mas as lideranças do templo são cegas, não querem ver.

A conclusão da cena é dramática. Jesus adverte as lideranças a não tentarem recuperar o controle que perderam sobre parte do povo. Aqueles/as que o reconhecem e seguem como Pastor Bom acessaram a vida plena, e ninguém vai arrancá-los das suas mãos, pois o Pai não o permitirá. Jesus diz que ele e o Pai são um, e, diante disso, as lideranças reagem ameaçando apedrejá-lo.

 

Meditação:

·    Fazemos parte do rebanho de Jesus Cristo, daqueles/as que ouvem e seguem a sua voz e continuam seu estilo de vida?

·    Reconhecemos a mão de Deus nas ações humanizadora e libertadoras de Jesus e de todos/as os/as que fazem o bem?

·    Como demonstramos isso? Nosso modo de ser testemunha claramente nossa pertença ao caminho ou “movimento” de Jesus?

·    Somos capazes de demonstrar nossa pertença a Jesus colocando-nos ao lado do ser humano ameaçado?

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