Como formar bons e atualizados missionarios?

Na
sexta-feira, o nosso estimado Pe. Egon nos brindou com duas belíssimas e
profundas reflexões: “O perfil de um irmão entre os irmãos: a vida comunitária
na congregação dos missionários da Sagrada Família”; “Como desenvolver no
Missionário da Sagrada Família o perfil de um homem simples e humilde”. Quem
conhece o Pe. Egon sabe da simplicidade e sensatez com que expõe suas
provocações... Depois de cada reflexão, trazendo sempre aspectos das Constituições
e palavras do Pe. Berthier, ele nos propôs questões para a reflexão em grupos.
No
sábado pela manhã, tocou a mim a tarefa de apresentar mais uma vez as Linhas para a Formação da Congregação,
aprovadas em 2011. Privilegiei a genealogia da elaboração do documento, seus
elementos dinamizadores e iluminadores, e o conteúdo de cada uma das partes. Nos
trabalhos em grupo foi possível perceber como, depois de quatro anos, essas
linhas ainda são pouco conhecidas e menos ainda levadas em conta na prática e
no planejamento da formação nas diversas Províncias. Na parte da tarde, o Pe.
Agustino Purnama, responsável pela formação e coordenador do grupo de reflexão
para a formação, encaminhou um trabalho pessoal e em grupo sobre a nossa
experiência como formadores.
O
domingo foi um dia de folga nos estudos. Depois da celebração e do café da
manhã, todos se deslocaram a Roma. Inicialmente, aqueles que quiseram, fizeram
um breve passeio pela cidade. Às 14:00, saborearam, na Casa Geral, um suculento
churrasco “italo-gaúcho”, preparado pelos coirmãos Julio César, Lotário e
Patrice. Entretanto, o Volimar, o Marcelo, o Iranjunio, o Thiago preferiram uma
peregrinação a Assis. Eu os acompanhei como guia... Saímos de Roma, de trem, às
8:00 e chegamos de volta às 21:00. A inspiração do Irmão Universal compensou o
cansaço.
Hoje,
dia em que celebramos 120 anos da fundação da Congrergação, iniciamos com uma
bela celebração de ação de graças. Os trabalhos do dia foram confiados a mim.
Na parte da manhã, procurei responder à seguinte questão, apresentada pela
Comissão de Formação: Como desenvolver nos formandos a atitude de peregrinos na
fé, de pessoas em constante busca de Deus? Abordei a questão numa perspectiva
teológica (a primazia de Deus e do seu reino; o dom recebido deve se tornar dom
partilhado; a conversão ao evangelho do Reino; a vida pessoal a serviço de Deus
e do povo de Deus) e numa perspectiva pedagógica (escuta e meditação da Palavra
de Deus; discernimento dos sinais dos tempos; oração pessoal e comunitária;
acompanhamento espiritual; revisão pessoal e comunitária de vida). Seguiu-se
trabalho em grupos e partilha no plenário.
Na
parte da tarde, a questão era outra: Como ajudar os formandos a se tornarem
próximos e servidores daqueles que estão longe? Segui o mesmo esquema, divindo
a resposta em aspectos teológico-espirituais (encarnação e compaixão;
testemunho de vida fraterna; diálogo, anúncio e serviço; formar a única família
do Pai) e sugestões prático-pedagógicas (formar comunidades apostólicas na e
para a missão; sintonia com a história e
discernimento dos seus sinais; experiências e laboratórios pastorais; inserção
nos ministérios prioritários). Esta reflexão também foi seguida de um trabalho
em grupos e de plenário.
É
claro que o almoço foi especialmente festivo... À noite, depois da janta,
simples e nobre, tivemos um Conveniat, com apresentações artísticas de todos os
países dos quais viemos. Um encontro não se faz somente com estudos, e a
congregacionalidade é exercitada e cultivada em momentos como estes, nos quais
celebramos nossa história e nos damos tempo para conviver. Mas isso não me
impede de registrar uma observação muito pessoal: é grande e geral a
dificuldade de passar da doutrina e dos princípios gerais para as práticas e
intervenções pedagógicas, das velhas práticas de piedade a práticas inovadoras
e transformadoras.
Itacir msf
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