Sem coração ardente não há missão consequente!
Falando
à Assembleia dos Superiores e Superioras do Rio Grande do Sul, no último 18 de
agosto, a Ir. Maria Inês Ribeiro, presidente da Conferencia dos Religiosos e Religiosas
do Brasil dizia, sublinhando a importância da mística da escuta da Palavra de
Deus: “Se o coração não arde, os pés não andam!”
Isso
é verdade! Sem o ardor que brota da escuta da Palavra e do encontro pessoal com
Jesus de Nazaré, as mãos se fecham, a criatividade desaparece, e vida esmorece.
Por isso, é indispensável e urgente conjugar mística e profecia. E um convite à
mística é esse que nos vem da profecia de Isaias: “Eis que estou fazendo uma
coisa nova! Vocês não estão vendo?” (Is 43,19)
Estimulada
pelas falas e gestos do Papa Francisco, a vida consagrada do Brasil sente-se
“convocada a sair”. E hoje precisamos fazer isso tecendo relações
misericordiosas, priorizando os empobrecidos, a juventude e a ecologia
integral, e sempre de olhos fixos na fidelidade ao projeto de Deus.
Desde
o momento original da criação, e até a revelação final em Jesus Cristo, a
Bíblia é uma história de saídas em busca da vida. A mística que constitui e
alimenta a vida consagrada é uma mística exodal, um itinerário espiritual de
saída. É uma mística de olhos abertos e ouvidos atentos às feridas que sangram
na carne do povo, aos clamores abafados, silenciados ou engasgados.
Na
base de toda experiência mística está o enamoramento e a paixão por Deus e sua
verdade, sua vontade, que é, desde sempre, amor e fidelidade aos pequenos, às
suas dores e esperanças. E nisso mesmo é
que consiste a profecia: levantar a voz e arriscar a vida na defesa dos
“insignificantes” nos quais Deus faz morada.
Quem
coloca Jesus Cristo no centro da sua vida, desloca-se, descentraliza-se, deixa
de ser autorreferencial. O centro da
vida consagrada não são as obra da instituição ou os projetos individuais e
localizados, mas Deus Vivo e seu reino. Se não for assim, Deus pode queimar
nossa pele e iluminar nossos altares, mas não aquece nosso coração.
Itacir Brassiani msf
Nenhum comentário:
Postar um comentário