Um testemunho eloquente e cabal
Na celebração da páscoa do Padre
Berthier, o Pe. Sprangers, pároco de Grave, resumiu o amor que marcou sua vida
com as seguintes palavras: “Ele amou vocês ternamente, ardentemente,
generosamente e, por causa deste amor, justificou plenamente o modo como vocês
se dirigiam a ele: pai. Vocês, filhos do Padre Berthier, conheceram os
cuidados infinitos que seu amor teve para fazer vocês crescer, para instrui-los
e, sobretudo, para santifica-los. Somente vocês podem dizer algo sobre a imensa
ternura que ele teve por vocês, pela pessoa de cada um e pela Obra das vocações
sacerdotais que ele empreendeu para a glória de Deus. (...)
Sendo ardentemente querido por seus
filhos, ele foi também amado por outras pessoas com um afeto que muito raro
neste mundo. A transparência da sua vida, a nobreza da sua alma, seu caráter
desapegado e o completo esquecimento de si atraíram estima, simpatia e
veneração de todos aqueles que tiveram a graça de encontrá-lo ou mesmo de
conhecê-lo, ainda que apenas indiretamente. De fato, Padre Berthier foi amado
com um afeto particular por muitas pessoas, não por interesses, como ocorre
frequentemente, mas por convicção, por estima, por uma espécie de atração que
ele exercia sobre as pessoas. Em uma palavra, ele foi amado porque era uma
pessoa amável: amável aos olhos de todos; amável por sua modéstia, amável por
sua bondade, amável por sua simplicidade, esvaziada de qualquer presunção.”
Mais a antes que virtudes, Fé,
Esperança e Amor são, conjuntamente, a novidade cristã encarnada no mundo, os
primeiros e mais importantes frutos do Espírito. São as três faces da mesma
santidade. Alguém poderia dizer que isso não tem nada de extraordinário, que
são coisas comuns. Mas será que viver pela fé num ambiente que impõe o medo e
nega qualquer transcendência, viver a esperança num mundo que insiste na falta
de saídas e propõe a resignação, viver o amor num sistema que propugna a
indiferença e o valor absoluto do indivíduo não brilha como sinal de Deus no
mundo, como um ideal digno de ser imitado?
Itacir Brassiani msf
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