Amor a Deus, por ele mesmo e acima de tudo
Segundo o próprio Pe. Berthier, o amor
é uma virtude que nos dispõe a amar a Deus por ele mesmo e acima de tudo, e ao
próximo por amor a Deus. Em relação às demonstrações de amor a Deus deixados
pelo Fundador, os testemunhos são muitos, e citaremos apenas alguns.
Algumas testemunhas afirmam que toda a
vida do Fundador revela seu amor a Deus. “Ele falava frequentemente do amor a
Deus, e toda sua vida revelava esse amor”, diz uma delas. “Todos os seus gestos
e ações revelavam que ele estava impulsionado pelo amor de Deus”, diz outra.
Este era o núcleo de onde partiam e para onde se dirigiam suas alocuções. O
próprio livro “A arte de ser feliz” não é senão uma apologia do amor de Deus.
Segundo o Postulador, o Padre Berthier
demonstrou seu amor a Deus na aversão ao pecado, na capacidade de renúncia, na
complacência, na confiança e na comunicação expansiva. “Quanto maior é o horror
ao pecado, mais cresce o amor a Deus”, ensinava Berthier. Segundo uma testemunha, o Padre Berthier era
“um inimigo declarado de toda imperfeição e pecado”.
Berthier ensinava que, sem esvaziamento
e renúncia, não há lugar para o amor a Deus, e o ele viveu essa renúncia por
amor especialmente ao assumir a condição de estrangeiro na Holanda e em todo o processo
de fundação. “Ele não possuía nada e não se apegava a nada”, diz um coetâneo.
“Era como um homem morto para o mundo, para ele o mundo não existia. Ele não
tinha nada, e só podia contar com nossa companhia”, diz uma testemunha.
No caderno de retiro para os votos, o
Padre Berthier escreveu: “Primeiro ato da minha jornada: Eu me ofereço a ti,
Jesus, por amor, e te ofereço tudo o que disser, fizer ou pensar”. Mais tarde,
gostava de repetir aos seus formandos: “Deus se agrada daqueles que agradam a
Deus”. Esse amor complacente (amor prazeroso e participativo) é perfeito e nos
faz amigos de Deus. “Querer agradar a Deus era o que marcava sua vida e seu
trabalho”, testemunham seus discípulos. Seu único desejo era agradar a Deus, e,
à luz disso, enfrentava serenamente todas as contrariedades, dificuldades e
renúncias.
No mesmo caderno de retiro, o Fundador
escrevia: “Eu não serei feliz e não darei glórias a Deus se não me despojar de
tudo por amor a ele. Em minhas ações não buscarei outra coisa que cumprir sua
vontade.” Aos formandos, ele repetirá que sem entrega à vontade de Deus não
vamos a lugar nenhum. Para ele, amar a Deus significa aceitar e realizar sua
vontade. Por isso, ele não hesitaria em abandonar a obra que ele tanto amou,
desde que fosse convencido de que essa era a vontade de Deus. Sua divisa
poderia ser: “Como Deus quiser!” Para o Padre Berthier, fazer nossa vontade
coincidir com a vontade de Deus é o cume da perfeição.
Por fim, o amor do Fundador a Deus se
mostra criativo e comunicativo. Em tudo o que ele fazia e dizia estava a marca
desse amor. “Ele só falava de Deus. Ele via o bom Deus em cada criatura”, diz
uma testemunha. Berthier escreve a um orientando: “Tenham um grande coração e
não pensem demais em vocês mesmos! Nada mais importa, desde que Jesus seja
glorificado por nossa vida...” É desse amor intenso e transbordante a Deus que
emerge um amor generoso e terno para com todas as pessoas que o cercavam ou
buscavam.
Itacir Brassiani msf
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