Oxalá o
Evangelho de Jesus Cristo encontre morada em nós! | 671 | 03.04.2025 | João 5,131-47
O episódio de hoje nos apresenta a
continuidade do debate de Jesus com as autoridades do judaísmo. A polêmica
emergiu depois que Jesus curou, emancipou e libertou um paralítico, símbolo de
uma multidão de excluídos, sem pedir licença a ninguém e desobedecendo às
proibições legais relativas ao sábado. A misericórdia que lhe era negada na
“porta da misericórdia” (Betesda), ele a encontra em Jesus de Nazaré.
O debate gira em torno da questão da
identidade de Jesus e do “mandato” ou “procuração” para que ele possa fazer o
que faz: curar doentes, perdoar pecados, transgredir as leis, ensinar novas
interpretações da lei, etc. Na verdade, enquanto as autoridades religiosas
estão interessadas apenas em defender a Lei e assegurar o Sistema que impõe
fardos aos mais vulneráveis, Jesus está interessado em ajudá-los a viver
plenamente, a alcançar a autonomia, sem dominações ou restrições.
Hoje o debate é sobre o testemunho que confere
credibilidade ao que Jesus está fazendo e à sua pretensão de ser o messias e o
filho de Deus. Como prova da autenticidade divina daquilo que faz, Jesus cita
João Batista, mas também sublinha que ele prescinde de testemunhos humanos. E
enfatiza que são suas próprias relações ou obras de compaixão em favor dos
pobres e vulneráveis que o acreditam como enviado de Deus.
Além disso, Jesus reivindica a seu favor o
testemunho das Sagradas Escrituras como um todo. Segundo ele, o que elas
testemunham com clareza é que Deus sempre ouve o clamor dos oprimidos e
intervém para assegurar-lhes a dignidade, a liberdade e a vida. Essa é a
Vontade e a Lei de Deus, e isso está acima de todos os costumes, interesses e
sistemas, sejam eles religiosos, políticos ou econômicos.
De tabela, Jesus
acusa as autoridades religiosas de “analfabetismo bíblico” e de busca doentia
de aplausos. Elas não conhecem a fundo as leis que Deus nos deu através de
Moisés, torcem as coisas para garantir seus interesses e amealhar apoios e
aplausos dos seus comparsas. Eles não têm o amor de Deus neles mesmos, só
pensam em si mesmos e bajulam-se reciprocamente.
Meditação:
§ Situe-se no coração do debate, suscitado pela
ação de compaixão de Jesus em favor de uma pessoa vulnerável e necessitada
§ Você é capaz de reconhecer nas ações de Jesus
as provas claras de que ele vem de Deus e realiza a vontade dele? Em quais
delas?
§ Como você descreveria a imagem de Deus que
você a credita: ele é pai, amante da vida, próximo de nós, compassivo com os
fracos?
§ Será que também nós corremos o risco de
colocar nossa vontade e nossos costumes no lugar que cabe à Vontade de Deus?
§ Onde buscamos a confirmação das nossas
decisões e ações: no Evangelho e na vida de Jesus, ou no aplauso dos
apoiadores?
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