quarta-feira, 2 de abril de 2025

O Evangelho é a luz do meu caminho

Oxalá o Evangelho de Jesus Cristo encontre morada em nós! | 671 | 03.04.2025 | João 5,131-47

O episódio de hoje nos apresenta a continuidade do debate de Jesus com as autoridades do judaísmo. A polêmica emergiu depois que Jesus curou, emancipou e libertou um paralítico, símbolo de uma multidão de excluídos, sem pedir licença a ninguém e desobedecendo às proibições legais relativas ao sábado. A misericórdia que lhe era negada na “porta da misericórdia” (Betesda), ele a encontra em Jesus de Nazaré.

O debate gira em torno da questão da identidade de Jesus e do “mandato” ou “procuração” para que ele possa fazer o que faz: curar doentes, perdoar pecados, transgredir as leis, ensinar novas interpretações da lei, etc. Na verdade, enquanto as autoridades religiosas estão interessadas apenas em defender a Lei e assegurar o Sistema que impõe fardos aos mais vulneráveis, Jesus está interessado em ajudá-los a viver plenamente, a alcançar a autonomia, sem dominações ou restrições.

Hoje o debate é sobre o testemunho que confere credibilidade ao que Jesus está fazendo e à sua pretensão de ser o messias e o filho de Deus. Como prova da autenticidade divina daquilo que faz, Jesus cita João Batista, mas também sublinha que ele prescinde de testemunhos humanos. E enfatiza que são suas próprias relações ou obras de compaixão em favor dos pobres e vulneráveis que o acreditam como enviado de Deus.

Além disso, Jesus reivindica a seu favor o testemunho das Sagradas Escrituras como um todo. Segundo ele, o que elas testemunham com clareza é que Deus sempre ouve o clamor dos oprimidos e intervém para assegurar-lhes a dignidade, a liberdade e a vida. Essa é a Vontade e a Lei de Deus, e isso está acima de todos os costumes, interesses e sistemas, sejam eles religiosos, políticos ou econômicos.

De tabela, Jesus acusa as autoridades religiosas de “analfabetismo bíblico” e de busca doentia de aplausos. Elas não conhecem a fundo as leis que Deus nos deu através de Moisés, torcem as coisas para garantir seus interesses e amealhar apoios e aplausos dos seus comparsas. Eles não têm o amor de Deus neles mesmos, só pensam em si mesmos e bajulam-se reciprocamente.

 

Meditação:

§ Situe-se no coração do debate, suscitado pela ação de compaixão de Jesus em favor de uma pessoa vulnerável e necessitada

§ Você é capaz de reconhecer nas ações de Jesus as provas claras de que ele vem de Deus e realiza a vontade dele? Em quais delas?

§ Como você descreveria a imagem de Deus que você a credita: ele é pai, amante da vida, próximo de nós, compassivo com os fracos?

§ Será que também nós corremos o risco de colocar nossa vontade e nossos costumes no lugar que cabe à Vontade de Deus?

§ Onde buscamos a confirmação das nossas decisões e ações: no Evangelho e na vida de Jesus, ou no aplauso dos apoiadores?

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