quarta-feira, 17 de outubro de 2018

110 anos de morte do Pe. Berthier (2)

Amor a Deus, por ele mesmo e acima de tudo
Segundo o próprio Pe. Berthier, o amor é uma virtude que nos dispõe a amar a Deus por ele mesmo e acima de tudo, e ao próximo por amor a Deus. Em relação às demonstrações de amor a Deus deixados pelo Fundador, os testemunhos são muitos, e citaremos apenas alguns.
Algumas testemunhas afirmam que toda a vida do Fundador revela seu amor a Deus. “Ele falava frequentemente do amor a Deus, e toda sua vida revelava esse amor”, diz uma delas. “Todos os seus gestos e ações revelavam que ele estava impulsionado pelo amor de Deus”, diz outra. Este era o núcleo de onde partiam e para onde se dirigiam suas alocuções. O próprio livro “A arte de ser feliz” não é senão uma apologia do amor de Deus.
Segundo o Postulador, o Padre Berthier demonstrou seu amor a Deus na aversão ao pecado, na capacidade de renúncia, na complacência, na confiança e na comunicação expansiva. “Quanto maior é o horror ao pecado, mais cresce o amor a Deus”, ensinava Berthier.  Segundo uma testemunha, o Padre Berthier era “um inimigo declarado de toda imperfeição e pecado”.
Berthier ensinava que, sem esvaziamento e renúncia, não há lugar para o amor a Deus, e o ele viveu essa renúncia por amor especialmente ao assumir a condição de estrangeiro na Holanda e em todo o processo de fundação. “Ele não possuía nada e não se apegava a nada”, diz um coetâneo. “Era como um homem morto para o mundo, para ele o mundo não existia. Ele não tinha nada, e só podia contar com nossa companhia”, diz uma testemunha.
No caderno de retiro para os votos, o Padre Berthier escreveu: “Primeiro ato da minha jornada: Eu me ofereço a ti, Jesus, por amor, e te ofereço tudo o que disser, fizer ou pensar”. Mais tarde, gostava de repetir aos seus formandos: “Deus se agrada daqueles que agradam a Deus”. Esse amor complacente (amor prazeroso e participativo) é perfeito e nos faz amigos de Deus. “Querer agradar a Deus era o que marcava sua vida e seu trabalho”, testemunham seus discípulos. Seu único desejo era agradar a Deus, e, à luz disso, enfrentava serenamente todas as contrariedades, dificuldades e renúncias.
No mesmo caderno de retiro, o Fundador escrevia: “Eu não serei feliz e não darei glórias a Deus se não me despojar de tudo por amor a ele. Em minhas ações não buscarei outra coisa que cumprir sua vontade.” Aos formandos, ele repetirá que sem entrega à vontade de Deus não vamos a lugar nenhum. Para ele, amar a Deus significa aceitar e realizar sua vontade. Por isso, ele não hesitaria em abandonar a obra que ele tanto amou, desde que fosse convencido de que essa era a vontade de Deus. Sua divisa poderia ser: “Como Deus quiser!” Para o Padre Berthier, fazer nossa vontade coincidir com a vontade de Deus é o cume da perfeição.
Por fim, o amor do Fundador a Deus se mostra criativo e comunicativo. Em tudo o que ele fazia e dizia estava a marca desse amor. “Ele só falava de Deus. Ele via o bom Deus em cada criatura”, diz uma testemunha. Berthier escreve a um orientando: “Tenham um grande coração e não pensem demais em vocês mesmos! Nada mais importa, desde que Jesus seja glorificado por nossa vida...” É desse amor intenso e transbordante a Deus que emerge um amor generoso e terno para com todas as pessoas que o cercavam ou buscavam.
Itacir Brassiani msf

Nenhum comentário: