“A esperança dos pobres jamais será frustrada!”
Deus ama e liberta o pobre!
Constitui um refrão permanente da Sagrada
Escritura a descrição da ação de Deus em favor dos pobres. É Aquele que
«escuta», «intervém», «protege», «defende», «resgata», «salva». Em suma, um pobre não poderá jamais encontrar Deus
indiferente ou silencioso perante a sua oração. É Aquele que faz justiça e
não esquece (cf. Sal 40,
18; 70, 6); mais, constitui um refúgio para o pobre e não cessa de vir em sua
ajuda (cf. Sal 10,
14).
Pode-se
construir muitos muros e obstruir as entradas, iludindo-se assim de sentir-se a
seguro com as suas riquezas em prejuízo dos que ficam do lado de fora. Mas
não será assim para sempre. O «dia do Senhor», descrito pelos profetas
(cf. Am 5, 18; Is 2–5; Jl 1–3), destruirá as barreiras
criadas entre países e substituirá a arrogância de poucos com a solidariedade
de muitos. A condição de marginalização,
em que vivem acabrunhadas milhões de pessoas, não poderá durar por muito tempo.
O seu clamor aumenta e abraça a terra inteira. Como escrevia o Padre Primo
Mazzolari: «O pobre é um contínuo
protesto contra as nossas injustiças; o pobre é um paiol. Se lhe ateias o fogo,
o mundo vai pelo ar».
Não há lugar para a indiferença
Não é possível jamais iludir o premente
apelo que a Sagrada Escritura confia aos pobres. Para onde quer que se volte o olhar, a Palavra de Deus indica que os
pobres são todos aqueles que, não tendo o necessário para viver, dependem dos
outros. São o oprimido, o humilde, aquele que está prostrado por terra.
Mas, perante esta multidão inumerável de
indigentes, Jesus não teve medo de Se
identificar com cada um deles: “Sempre que fizestes isto a um destes meus
irmãos mais pequeninos, a Mim mesmo o fizestes” (Mt 25, 40). Esquivar-se
desta identificação equivale a ludibriar o Evangelho e diluir a revelação.
O Deus que Jesus quis revelar é este: um Pai generoso, misericordioso,
inexaurível na sua bondade e graça, que dá esperança sobretudo a quantos estão
desiludidos e privados de futuro.
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