quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

Roteiro de Leitura Orante do Evangelho 295

Roteiro de Leitura Orante do Evangelho 295   

Dia 11/02/2021 | Quinta-feira | 5ª Semana do Tempo Comum

Evangelho segundo Marcos (7,24-30)

 

(1)    Coloque-se em atitude de oração

·        Escolha um momento adequado e tranquilo/a para a oração

·        Escolha o lugar no qual você se sinta bem

·        Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se

·        Acenda uma vela e tome a bíblia em suas mãos

·        Tome consciência de si mesmo/a e do momento que vivemos

·        Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus

·        Prepare-se ouvindo a canção “Palavra do meu Senhor, Palavra cheia de amor” (ou outro canto de aclamação da Palavra) (https://www.youtube.com/watch?v=S7TOC2Yvnew&list=RDGMEMMib4QpREwENw3_jAc0YgNw&index=4)

 

(2)    Leia o texto da Palavra de Deus

·      Leia com toda a atenção o texto de Marcos 7,24-30

·      Leia o texto em voz alta (se possível)

·      Parece que Jesus decide evitar discussões estéreis e deseja se retirar para refletir sobre a novidade e as exigências do Reino de Deus

·      Uma mulher pagã desrespeita as linhas do apartheid social e religioso, se aproxima de Jesus e reivindica em favor do seu povo

·      Esta cena é muito bem arquitetada por Marcos para afirmar que a indiscutível igualdade e paridade de todas as pessoas e povos

·      Enquanto os discípulos não entendem Jesus, e os líderes religiosos o rejeitam, os pobres e os pagãos excluídos o reconhecem e buscam

·      O que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?

 

(3)    Medite a Palavra de Deus

·      Procure perceber: O que a Palavra de Deus diz a você hoje?

·      Releia o texto, procurando entender bem os recursos literários e a questão central que está em discussão: a igualdade diante de Deus

·      Qual seria a razão que leva grupos de cristãos a se opor de modo tão virulento à ação social e ecumênica da Igreja do Brasil?

·      Como superar a contradição de quem reza “Senhor, eu não sou digno que entres em minha casa” e continua pensando “Somos melhores que os outros e temos o que eles não têm”?

·      Se puder, leia as notas sobre o texto (na página seguinte)

·      Saboreie interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você

 

(4)    Reze com o texto lido e meditado

·    Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus

·    Depois de escutar atentamente, agora é sua vez de falar

·    Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus

·    Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta

·    Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas

·    Reze, com sinceridade, com estas palavras: “Senhor, eu não sou digno, mas teu amor nos ensina que todos somos filhos/as!”

·    Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?

 

(5)    Contemple a vida à luz da Palavra

·    Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus

·    Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala

·    Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação

·    Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?

·    Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

 

(6)    Retorne à vida cotidiana

·    Se considerar conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para ajudar na compreensão do texto lido

·    Recite o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal

·    Recite ou cante a invocação: Jesus, Maria e José: acolhei-nos, iluminai-nos e congregai-nos!

·    Medite assistindo um clip com a canção “Utopia” (Acessível aqui: https://www.youtube.com/watch?v=GwKNdnIGJTU)

·    Apague a vela e termina seu momento de oração

 

Pistas para compreender Marcos 7,24-30

Jesus desconstrói a teologia da pureza e solapa, em suas bases, a ideologia da supremacia e hierarquização da dignidade de alguns/mas povos e pessoas sobre outros/as. Declarando que todos os alimentos são puros, e resgata a dignidade dos excluídos, como quando “purifica” os leprosos. Assim, ele mostra que o sistema de pureza, que dizia proteger o povo, na verdade oprimia os vulneráveis.

Depois do confronto com os escribas e do ensino incisivo ao povo e aos discípulos, Jesus adentra mais ainda no território dos pagãos, com o desejo explícito de colocar um ponto final nessa interminável discussão e aprofundar pessoalmente a questão. Mas eis que uma mulher pagã, desonrada por ser mulher e por ser pagã, ousa interromper esse “retiro” de Jesus. Ela desrespeita as fronteiras que separam judeus e pagãos e a privacidade de Jesus.

A cena descreve a reação de Jesus no horizonte das hostilidades étnicas e culturais dos judeus em relação os pagãos, e isso só realça a ousadia e a novidade do ensino e da prática de Jesus. A mulher pagã não apenas desrespeita as leis que excluem os pagãos dos benefícios de Deus e da cidadania em Israel, nem se resume a pedir pela sua filha, mas discute com Jesus – torna-se teóloga! – defendendo a dignidade do seu povo, reivindicando a igualdade de todas as pessoas e povos diante de Deus.

Segundo Marcos, o que faz Jesus “mudar” de opinião em relação aos pagãos não é a fé e sim o argumento da mulher: Deus é pai, e não trata nenhuma pessoa ou povo como indigno ou impuro. O Reino de Deus, que é o horizonte no qual Jesus se move, derruba os muros que classificam e opõem as pessoas entre puras e impuras, judias e pagãs, filhas e cães.

Infelizmente, o sentimento de que “temos o que eles não têm” ou “somos melhores e mais merecedores que eles” ainda vigora, e volta com virulência inaudita entre grupos que se dizem cristãos. Veja-se o teor de algumas manifestações sobre o ecumenismo e a Campanha da Fraternidade...

 (Itacir Brassiani msf)

 

Pensamento do Papa Francisco

O amor político supõe o amadurecimento de um sentido social que supera toda a mentalidade individualista. Ela leva-nos a amar o bem comum e a buscar efetivamente o bem de todas as pessoas, consideradas não só individualmente, mas também na dimensão social que as une. Povo e pessoa são termos correlativos. A boa política procura caminhos de construção de comunidade nos diferentes níveis da vida social, a fim de reequilibrar e reordenar a globalização para evitar os seus efeitos desagregadores”. (Francisco, Fratelli Tutti, 182)

 

Leitura Orante do Evangelho

A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e para fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade.

“Ouvir juntos a Palavra de Deus, praticar a lectio divina, deixar-se surpreender pela novidade dela, superar a surdez àquilo que não está de acordo com nossas opiniões ou preconceitos, é um caminho para alcançar a unidade da fé, como resposta à escuta da Palavra” (Bento XVI, Verbum Domini, 46).

Em tempos de restrições à convivência e à movimentação social, a leitura orante é um modo de ir além da simples assistência de celebrações virtuais e uma forma evitar que este seja um tempo pesado e estéril.

Os textos propostos são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. Os grupos podem escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, preparem um roteiro e evitem escolher apenas os textos que agradam mais.

Que a Palavra de Deus encontre em cada um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis, produza bons e abundantes frutos.

 Missionários da Sagrada Família

https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS

(http://itacir-brassiani.blogspot.com/)

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