quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021

Roteiro de Leitura Orante do Evangelho 303

Roteiro de Leitura Orante do Evangelho 303   

Dia 19/02/2021 | Sexta-feira após as Cinzas

Evangelho segundo Mateus (9,14-15)

 

(1)   Coloque-se em atitude de oração

·        Escolha um momento adequado e tranquilo/a para a meditação

·        Escolha o lugar no qual você se sinta bem e não seja interrompido

·        Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se

·        Acenda uma vela, e tome a bíblia em suas mãos

·        Tome consciência de si mesmo/a e do momento que vivemos

·        Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus

·        Recorde o tema e o apelo da Campanha da Fraternidade Ecumênica

·        Prepare-se cantando “Palavra não foi feita para dividir ninguém” (Clique aqui: (https://www.youtube.com/watch?v=wOMld02GtmE)

 

(2)   Leia o texto da Palavra de Deus

·      Leia com toda a atenção o texto de Mateus 9,14-15

·      Leia o texto em voz alta (se possível)

·      Jesus está em plena missão restauradora da vida, acolhendo e reabilitando as pessoas cansadas e abatidas por várias causas

·      Por ocasião do chamado de Mateus – um cobrador de impostos, desprezado e excluído pelos judeus – Jesus é questionado

·      Tanto os fariseus como os discípulos de João Batista acham estranho que Jesus não faça jejum e coma com gente pecadora

·      Jesus se apresenta como o “Noivo” da Nova Aliança, inclusão dos excluídos, e numa festa de casamento não há lugar para o luto

·      O verdadeiro jejum é lutar pela superação das relações de dominação, opressão, divisão e violência

·      O que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?

 

(3)   Medite a Palavra de Deus

·      Procure perceber: O que a Palavra de Deus diz a você hoje?

·      Leia atentamente, palavra por palavra, estes dois versículos do evangelho segundo Mateus

·      Se possível, leia também o episódio que antecede o trecho de hoje, que narra a refeição de Jesus na casa de Mateus (Mt 9,9-13)

·      O que significa dizer que não podemos fazer jejum enquanto o noivo está conosco, mas que somente quando ele nos for tirado?

·      Por que o jejum encontra hoje tanta resistência entre nós, e qual seria o sentido aceitável e cristão do jejum?

·      Se puder, leia as notas sobre o texto (na página seguinte)

·      Saboreie interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você

 

(4)   Reze com o texto lido e meditado

·    Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus

·    Depois de escutar atentamente, agora é sua vez de falar

·    Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus

·    Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta

·    Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas

·    Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?

·    Reze espontaneamente agradecendo a Deus pela misericórdia e acolhida que, em Jesus, ele estende para todas as pessoas

 

(5)   Contemple a vida à luz da Palavra

·    Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus

·    Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala

·    Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação

·    Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?

·    Que atitudes ou iniciativas podemos tomar para que nosso jejum seja expressão inequívoca de luta contra as diversas formas de opressão?

 

(6)   Retorne à vida cotidiana

·    Recite o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de oração do dia

·    Recite ou cante a invocação: Jesus, Maria e José: acolhei-nos, iluminai-nos e congregai-nos!

·    Medite e reze com o Hino da Campanha da Fraternidade 2021 (Acessível aqui: https://www.youtube.com/watch?v=I2xfIWNSQb8)

·    Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

·    Apague a vela e termina seu momento de oração

 

Algumas pistas sobre Mateus 9,14-15

No texto de ontem Jesus já questionava a atitude que pode contaminar o jejum, a esmola e até a oração. E indicava a postura correta e capaz de manter o sentido profundo e bom destas expressões de piedade. No texto de hoje, depois de ser questionado sobre seu desprezo pelo jejum pelos fariseus, volta a ser interrogado pelos discípulos de João Batista sobre o mesmo tema: “Por que razão nós e os fariseus praticamos (muitos) jejuns, mas teus discípulos não?”

Este episódio do Evangelho, mesmo que pareça contradizer a recomendação da Igreja para o tempo da quaresma (jejum, oração e esmola), na verdade resgata o sentido original do jejum: romper com os mecanismos de dominação e opressão, como ensina o profeta Isaías (cf. 58,1-9). É isso que Jesus faz e ensina: diversamente dos fariseus, ele acolhe e reintegra as pessoas oprimidas e marginalizadas à convivência social, proclamando a dignidade delas.

Como relata Mateus no episódio que antecede o questionamento de hoje, Jesus chamou para junto de si um cobrador de impostos, terrivelmente odiado e desprezado pelos judeus; perdoou pessoas taxadas como pecadoras; curou doentes. Para essa gente, o jejum que acompanha as situações dolorosas e o reconhecimento da indignidade haviam chegado ao fim, e, diante de tamanha graça de Deus, não poderiam não festejar.

O ensino e as atitudes de Jesus desconcertam, mas, para ele, o jejum é luto, e a partilha à mesa é vida. Com ele, e com o Reino de Deus, o clamor de dor se transforma em louvor e gratidão. Como “noivo” da Nova Aliança de Deus com seu povo, Jesus tem autoridade para relativizar ou mudar alguns preceitos, por mais sagrados que possam parecer.

Quando Jesus é “retirado” do meio de nós e volta a ser crucificado nos seus “irmãos mais pequeninos”, o jejum volta a fazer sentido: jejuar para que a festa da vida seja para todos; privar-se de algo para ser dom, para partilhar, para lutar contra a opressão a partir de dentro de nós mesmos/as.

 (Itacir Brassiani msf)

 

Fragmentos da Campanha da Fraternidade

Escravização e racismo são cruzes diariamente fincadas entre populações negras e indígenas para a manutenção de privilégios para uma elite bem restrita. A intolerância religiosa é impulsionada para justificar uma moralidade falsa e a prática da violência. A intolerância religiosa é consequência dos muros que nos separam: o racismo, o fundamentalismo do mercado e a xenofobia. A mensagem de Jesus não ergue muros, mas derruba-os; não é de ódio, mas de amorosidade”. (Texto-Base, § 88, 90-91)

 

Leitura Orante do Evangelho

A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e para fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade.

“Ouvir juntos a Palavra de Deus, praticar a Lectio Divina, deixar-se surpreender pela novidade do Evangelho, superar a surdez àquilo que não está de acordo com nossas opiniões ou preconceitos, é um caminho para alcançar a unidade da fé, como resposta à escuta da Palavra” (Bento XVI, Verbum Domini, 46).

Em tempos nos quais o amor ao próximo e a precaução com a saúde impõem restrições à convivência e à movimentação social, a Leitura Orante é um modo de ir além da simples assistência de celebrações virtuais e uma forma evitar que este seja um tempo pesado e estéril.

Os textos propostos aqui são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. Pessoas e grupos que desejarem, podem escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, seja preparado um roteiro e se evite escolher apenas os textos que agradam mais.

Que a Palavra de Deus encontre em cada um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis, produza bons e abundantes frutos para a vida do mundo.

 Missionários da Sagrada Família

https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS

(http://itacir-brassiani.blogspot.com/)

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