segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

Roteiro de Leitura Orante do Evangelho 300

Roteiro de Leitura Orante do Evangelho 300   

Dia 16/02/2021 | terça-feira | 6ª Semana do Tempo Comum

Evangelho segundo Marcos (8,14-21)

 

(1)    Coloque-se em atitude de oração

·        Escolha um momento adequado e tranquilo/a para a oração

·        Escolha o lugar no qual você se sinta bem

·        Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se

·        Acenda uma vela e tome a bíblia em suas mãos

·        Tome consciência de si mesmo/a e do momento que vivemos

·        Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus

·        Prepare-se cantando “É como a chuva que lava...” (Clique aqui: (https://www.youtube.com/watch?v=HtJP0FzTyas)

 

(2)    Leia o texto da Palavra de Deus

·      Leia com toda a atenção o texto de Marcos 8,14-21

·      Leia o texto em voz alta (se possível)

·      Depois de ter estimulado seus discípulos a distribuir alimento para uma multidão de pagãos, Jesus questiona a cabeça dura deles

·      Eles continuam pensando numa Igreja pura e separada dos pagãos, e numa economia baseada na acumulação e no comércio

·      Todo o processo de formação ao qual se dedicou Jesus parece fadado ao fracasso diante da resistência dos discípulos

·      Eles parecem mais propensos ao fermento da separação e do poder que ao fermento do Reino de Deus

·      O que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?

 

(3)    Medite a Palavra de Deus

·      Procure perceber: O que a Palavra de Deus diz a você hoje?

·      Releia o texto, e perceba o duro questionamento que Jesus faz aos discípulos pela falta de abertura e entendimento ao seu ensino

·      Será que nós, no Brasil do século XXI e da ressaca moralista, entendemos realmente a exigente novidade de Jesus?

·      Será que nossos pensamentos, decisões e iniciativas são realmente fermentadas pelo Reino de Deus? Onde isso se mostra claramente?

·      O que você acha do bombardeio de algumas autoridades grupos católicos contra Papa Francisco e a Campanha da Fraternidade?

·      Se puder, leia as notas sobre o texto (na página seguinte)

·      Saboreie interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você

 

(4)    Reze com o texto lido e meditado

·    Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus

·    Depois de escutar atentamente, agora é sua vez de falar

·    Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus

·    Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta

·    Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas

·    Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?

 

(5)    Contemple a vida à luz da Palavra

·    Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus

·    Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala

·    Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação

·    Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?

·    Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

 

(6)    Retorne à vida cotidiana

·    Se considerar conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para ajudar na compreensão do texto lido

·    Recite o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de oração desse dia.

·    Recite ou cante a invocação: Jesus, Maria e José: acolhei-nos, iluminai-nos e congregai-nos!

·    Medite a canção “Bastariam dois pães e dois peixes...” (Acessível aqui: https://www.youtube.com/watch?v=e-Her-ox8-c)

·    Apague a vela e termina seu momento de oração

 

Algumas ideias sobre Marcos 8,14-21

Temos diante de nós o episódio evangélico do duro diálogo de Jesus com seus discípulos sobre o fermento dos fariseus e de Herodes, enquanto faziam a travessia do mar, de volta à Galileia. Como vimos no último sábado e ontem, isso acontece depois da distribuição de alimentos aos pobres de origem pagã e à exigência de um milagre espetacular por parte dos fariseus.

Há vários indícios de que os discípulos continuavam sem entender e resistindo ao significado interpelador das últimas ações de Jesus: a integração dos pagãos e a justiça social e econômica. Desde o início da sua missão e do chamado dos primeiros discípulos, Jesus vem insistindo, sem muito sucesso, nas características essências do discipulado: compaixão solidária pelas pessoas excluídas; austeridade e desapego dos bens; confiança na hospitalidade do povo; abertura ecumênica a quem é ou pensa diferente.

A cena começa com uma constatação: desatentos, os discípulos não haviam levado alimento para a travessia, e tinham apenas um pão. Jesus, percebendo que seus discípulos continuavam presos à ideia de uma comunidade pura e fechada, apoiada em meios abundantes e poderosos, introduz uma questão de valor transcendente: o risco de que seus seguidores se deixem contaminar com o fermento dos fariseus e de Herodes. E os questiona duramente: “Ainda não entendem nem compreendem? Vocês tem olhos e não enxergam, têm ouvidos e não escutam?”

Com estes questionamentos, Jesus provoca a tempestade da qual o mar havia poupado a pequena embarcação. Na verdade, os discípulos resistiam em aceitar que o segredo do Reino de Deus está na partilha, e não no acúmulo; que os pagãos gozam da mesma dignidade que os judeus; que o separatismo vivido pelos fariseus não é coisa de Deus; que a ostentação, o poder e a violência de Herodes revelam sua fraqueza e seu distanciamento de Deus. Nem o pouco alimento, nem a força do vento são as ameaças mais perigosas aos discípulos: é este fermento do separatismo e do poder que oprime e mata.

 (Itacir Brassiani msf)

 

Pensamento do Papa Francisco

Vendo que a intolerância fundamentalista danifica as relações entre pessoas, grupos e povos, comprometamo-nos a viver e ensinar o valor do respeito, o amor capaz de aceitar as várias diferenças, a prioridade da dignidade de todo o ser humano sobre quaisquer ideias, sentimentos, atividades e até pecados que possa ter. É verdade que as diferenças geram conflitos, mas a uniformidade gera asfixia e neutraliza-nos culturalmente. Não nos resignemos a viver fechados num fragmento da realidade”. (Francisco, Fratelli Tutti, 189)

 

Leitura Orante do Evangelho

A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e para fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade.

“Ouvir juntos a Palavra de Deus, praticar a lectio divina, deixar-se surpreender pela novidade dela, superar a surdez àquilo que não está de acordo com nossas opiniões ou preconceitos, é um caminho para alcançar a unidade da fé, como resposta à escuta da Palavra” (Bento XVI, Verbum Domini, 46).

Em tempos de restrições à convivência e à movimentação social, a leitura orante é um modo de ir além da simples assistência de celebrações virtuais e uma forma evitar que este seja um tempo pesado e estéril.

Os textos propostos são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. Os grupos podem escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, preparem um roteiro e evitem escolher apenas os textos que agradam mais.

Que a Palavra de Deus encontre em cada um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis, produza bons e abundantes frutos.

 Missionários da Sagrada Família

https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS

(http://itacir-brassiani.blogspot.com/)

Nenhum comentário: