quarta-feira, 9 de fevereiro de 2022

Roteiro de Leitura Orante do Evangelho Nº 659

Ano C Roteiro de Leitura Orante do Evangelho Nº 659

Dia 10/02/2022 | Quinta Semana Comum | Quinta-feira

Evangelho segundo Marcos (7,24-30)

(1)  Coloque-se em atitude de oração  

·        Escolha um momento adequado e tranquilo/a para a meditação

·        Escolha o lugar no qual você se sinta bem e não seja interrompido/a

·        Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se

·        Acenda uma vela, e tome a bíblia em suas mãos

·        Tome consciência de si mesmo/a e do tempo que vivemos

·        Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus

·        Prepare-se ouvindo a canção “Chegou a hora da alegria...” (Aqui: https://www.youtube.com/watch?v=QIW1hHYT6PE)

 

(2)  Leia o texto da Palavra de Deus

·        Leia com toda a atenção o texto de Marcos 7,24-30

·        Leia o texto em voz alta (se achar necessário e for possível)

·        Jesus decide evitar discussões estéreis e deseja se retirar para refletir sobre a novidade e as exigências do Reino de Deus

·        Uma mulher pagã desrespeita as linhas do apartheid social e religioso, se aproxima de Jesus e reivindica em favor do seu povo

·        Esta cena é muito bem arquitetada por Marcos para afirmar que a indiscutível igualdade e paridade de todas as pessoas e povos

·        Os discípulos não entendem Jesus, os líderes religiosos o rejeitam, mas os pobres e os pagãos excluídos o reconhecem e buscam

·        O que a Palavra de Deus diz em si mesma, o que está escrito?

 

(3)  Medite a Palavra de Deus

·        Procure perceber o que a Palavra de Deus lida e meditada diz a você hoje, qual é seu sentido nesse momento da vida?

·        Releia o texto, procurando entender bem os recursos literários e a questão central que está em discussão: a igualdade diante de Deus

·        Qual seria a razão que leva grupos de cristãos a se opor de modo tão virulento à ação social e ecumênica da Igreja do Brasil?

·        Como superar a contradição de quem reza “Senhor, eu não sou digno que entres em minha casa” e continua pensando “Somos melhores que os outros e temos o que eles não têm”?

·        Se achar oportuno e for possível, leia as “pistas” (página 3)

 

(4)  Reze com o texto lido e meditado

·        Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus

·        Depois de escutar atentamente, agora é sua vez de falar

·        Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus

·        Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta

·        Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas

·        Reze, com sinceridade, com estas palavras: “Senhor, eu não sou digno, mas teu amor nos ensina que todos/as somos teus filhos e filhas muito amados/as”

·        Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus

 

(5)  Contemple a vida à luz da Palavra

·        Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus

·        Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala

·        Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação

·        Por onde poderíamos começar a superação dos fundamentos do sentimento de superioridade dos cristãos em relação aos outros?

·        Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?

 

(6)  Retorne à vida cotidiana

·        Recite o Pai Nosso e a Ave Maria

·        Recite a invocação: “Jesus, mestre na Escola do Evangelho, ensina-nos a superar os vícios de homens velhos!”

·        Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

·        Ouça e cante canção de São Francisco (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=OPzXNjH38Ac)

·        Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

·        Apague a vela e conclua seu momento de oração

 

Pistas sobre Marcos 7,24-30

Jesus desconstrói a teologia da pureza e solapa, em suas bases, a ideologia da supremacia e hierarquização da dignidade de alguns/mas povos e pessoas sobre outros/as. Declarando que todos os alimentos são puros, e resgata a dignidade dos excluídos, como quando “purifica” os leprosos. Assim, ele mostra que o sistema de pureza, que dizia proteger o povo, na verdade oprimia os vulneráveis.

Depois do confronto com os escribas e do ensino incisivo ao povo e aos discípulos, Jesus adentra mais ainda no território dos pagãos, com o desejo explícito de colocar um ponto final nessa interminável discussão e aprofundar pessoalmente a questão. Mas eis que uma mulher pagã, discriminada por ser mulher e por ser pagã, ousa interromper esse “retiro” de Jesus. Ela desrespeita as fronteiras que separam judeus e pagãos e a privacidade de Jesus.

A cena descreve a reação de Jesus no horizonte das hostilidades étnicas e culturais dos judeus em relação aos pagãos, e isso só realça a ousadia e a novidade do ensino e da prática de Jesus. A mulher pagã não apenas desrespeita as leis que excluem os pagãos dos benefícios de Deus e da cidadania em Israel, nem se resume a pedir pela sua filha, mas discute com Jesus – torna-se teóloga! – defendendo a dignidade do seu povo, reivindicando a igualdade de todas as pessoas e povos diante de Deus.

Segundo Marcos, o que faz Jesus “mudar” de opinião em relação aos pagãos não é a fé ou a simples confiança da mulher e sim o seu argumento: Deus é pai, e não trata nenhuma pessoa ou povo como indigno ou impuro. O Reino de Deus, que é o horizonte no qual Jesus se move, derruba os muros que classificam e opõem as pessoas entre puras e impuras, judias e pagãs, filhas e cães.

Infelizmente, o sentimento de que “temos o que eles não têm” ou “somos melhores e mais merecedores que eles” ainda vigora, e volta com virulência inaudita entre grupos que se dizem cristãos. Ninguém esquece o teor de algumas manifestações contra a Conferência dos Bispos do Brasil, contra o ecumenismo e a defesa da diversidade patrocinadas pela Campanha da Fraternidade no ano passado.

 (Itacir Brassiani msf)

Reflexão do Papa Francisco

“A Igreja conforma o seu comportamento ao do Senhor Jesus que, num amor sem fronteiras, Se ofereceu por todas as pessoas sem exceção. Por isso desejo reafirmar que cada pessoa, independentemente da própria orientação sexual, deve ser respeitada na sua dignidade e acolhida com respeito, procurando evitar qualquer sinal de discriminação injusta e particularmente toda a forma de agressão e violência. Deve-se assegurar à família um acompanhamento, para que quem manifesta a tendência homossexual possa dispor dos auxílios necessários para compreender e realizar plenamente a vontade de Deus”. (Amoris Laetitia, nº 250)

Leitura Orante do Evangelho

A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e para fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade.

O Papa Bento XVI diz que “ouvir juntos a Palavra de Deus, praticar a Lectio Divina, deixar-se surpreender pela novidade do Evangelho, superar a surdez àquilo que não está de acordo com nossas opiniões ou preconceitos, é um caminho para alcançar a unidade da fé, como resposta à escuta da Palavra”.

Em tempos nos quais o amor ao próximo e a precaução com a saúde impõem restrições à convivência e à movimentação social, a Leitura Orante é um modo de ir além da simples assistência de celebrações virtuais e uma forma evitar que este seja um tempo pesado e estéril.

Os textos propostos aqui são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. Pessoas e grupos que desejarem, podem escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, seja preparado um roteiro e se evite escolher apenas os textos que agradam mais.

Que a Palavra de Deus encontre em cada um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis, produza bons e abundantes frutos para a vida do mundo.

Missionários da Sagrada Família

https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS

(http://itacir-brassiani.blogspot.com/)

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