sexta-feira, 19 de julho de 2024

Jesus é o Servo enviado pelo Pai para elevar o homem

Jesus é o Servo enviado pelo Pai para elevar o homem humilhado | 416 | 20.07.24 | Mateus 12,14-21

Jesus havia questionado fortemente o ensino e a prática dos fariseus, orgulhosos da sua piedade ostensiva, afirmando a prioridade da vida sobre a lei. Isso ficou muito claro nos episódios dos discípulos que colhem trigo para comer em dia de sábado e na cura do homem com mão seca (cf. 12,1-8 e 12,9-13), o primeiro dos quais lemos e comentamos ontem. Os fariseus sentem o golpe, mas não desistem, e, no sagrado dia de sábado, tramam a morte de Jesus.

Sabendo disso, Jesus retira-se do ambiente da sinagoga. Uma multidão de gente necessitada, mesmo sem conhecer a fundo e sem aderir a Jesus, vai atrás dele em busca de alívio para seus fardos, que são muitos e pesados. E o evangelista diz que ninguém voltou sem ser beneficiado. O que a religião oficial do judaísmo e seus agentes não conseguem ou não querem fazer, Jesus faz, sem descanso e sem impor condições. Mas ele rejeita toda forma de publicidade pelo bem que faz, e isso é bem diferente de alguns pregadores que conhecemos.

Nesse momento, o evangelista busca na profecia de Isaías a chave para bem entender a identidade e o modo de agir de Jesus. Jesus é o Servo anunciado pelo profeta, uma realização plena e superior do resto humilde e fecundo do povo deportado. Sendo Servo, Jesus não assusta nem oprime, mas traz vida e bem-viver. O Servo (a palavra hebraica é a mesma para dizer “servo” e “criança”) é aquele que faz em tudo a vontade de Deus, e não a sua, ou a vontade das instituições.

Jesus é também o filho Amado do Pai, aquele que realmente o agrada, pois o amor compassivo e misericordioso é a base e a motivação de tudo o que diz e faz. Ele é o Escolhido a dedo por Deus Pai para realizar uma missão e, para tanto, foi ungido e recebeu o dinamismo do Espírito de Deus, a própria ação de Deus no mundo. Ele recupera a sociedade e o mundo de caídos e diminuídos pelas mais diversas forças de opressão, e os faz como Deus os sonhou.

Sendo Servo, Amado e Escolhido, Jesus evita gastar tempo em discussões teóricas e não se ocupa com a própria defesa. Ele não grita nas praças, como faziam os mensageiros dos imperadores. Ele não é peso ou ameaça para quem está atribulado e fragilizado, como pavio que vai se apagando. Ele não quebra quem já está “moído” pela dominação, como a cana. Ele é a esperança de todos povos, a visita de Deus que estabelece sua morada definitiva na humanidade.

 

Meditação:

·        Acolha e deixe ressoar em você as imagens eloquentes do profeta Isaías: Servo, Amado, Escolhido, Enviado.

·        Como poderemos testemunhar um Jesus Cristo que não grita para se impor, não quebra quem já está machucado, que não esmaga quem já está arrasado?

·        Você não acha que gastamos muito tempo e energia defendendo-nos e em discussões estéreis com quem se opõe ao Evangelho?

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