quarta-feira, 7 de agosto de 2024

Jesus é a força de paz que elimina aquilo que divide

Jesus é a força de paz que elimina o que divide pessoas e povos | 435 | 08.08.24 | Mateus 16,13-23

“Quem dizem vocês que eu sou?” Para os primeiros cristãos era muito importante lembrar sempre de novo essa pergunta de Jesus para não esquecer quem eles estavam seguindo, com cujo projeto eles estavam colaborando e por quem estavam arriscando a vida. Esta pergunta é dirigida a nós, neste tempo de quaresma e de conversão a Jesus e seu Evangelho.

Somos tentados a responder a essa pergunta com fórmulas cunhadas pelo cristianismo ao longo dos séculos: Jesus é o Filho de Deus feito homem, o Salvador do mundo, o Redentor da humanidade. Mas não basta dizer estas palavras para ser discípulo de Jesus, pois são mais fórmulas aprendidas na infância, aceitas mecanicamente, repetidas às vezes com superficialidade e afirmadas verbalmente, do que experiências vividas e refletidas.

Confessamos a Cristo por costume, por piedade ou por disciplina, mas podemos estar vivendo sem captar a originalidade de sua vida, sem escutar a novidade de seu apelo, sem deixar-nos atrair por seu amor apaixonado, sem contagiar-nos por sua liberdade e sem esforçar-nos em seguir seu caminho. Nós o adoramos como “Deus”, mas Ele não é o centro de nossa vida. Nós o confessamos como “Senhor’, mas vivemos de costas para seu projeto. Nós o chamamos de “Mestre”, mas não assimilamos sua lição maior. Vivemos como membros de uma religião, mas não somos discípulos de Jesus. A clareza das fórmulas doutrinais pode dar-nos segurança e dispensar-nos de um encontro vivo com Jesus.

Há cristãos que vivem uma religiosidade instintiva, mas não sabem o que é alimentar-se de Jesus e deixar-se orientar por ele. Todos precisamos colocar-nos diante de Jesus, deixar-nos olhar por Ele e escutar sua pergunta: “Quem sou eu realmente para você?” Respondemos a esta pergunta muito mais com a vida do que com palavras claras, sublimes e difíceis, que mais impressionam que comunicam. E respondemos com uma atitude de adesão àquele que é nossa paz, que fez unidade daquilo que era dividido. (José Antônio Pagola)

 

Meditação:

§  Participe da cena: o desembarque de Jesus, os gritos da mulher, a indiferença de Jesus, a insistência da mulher e a reação de Jesus

§  Será que também nossa Igreja ainda prioriza setores privilegiados e descarta pessoas e grupos por preconceitos diversos?

§  Somos capazes de reconhecer na luta perseverante e até raivosa de algumas pessoas e grupos sinais de fé aguerrida? 

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