Jesus é a força de paz que elimina o
que divide pessoas e povos | 435 | 08.08.24 | Mateus 16,13-23
“Quem dizem vocês que eu sou?” Para
os primeiros cristãos era muito importante lembrar sempre de novo essa pergunta
de Jesus para não esquecer quem eles estavam seguindo, com cujo projeto eles
estavam colaborando e por quem estavam arriscando a vida. Esta pergunta é
dirigida a nós, neste tempo de quaresma e de conversão a Jesus e seu Evangelho.
Somos tentados a responder a essa
pergunta com fórmulas cunhadas pelo cristianismo ao longo dos séculos: Jesus é
o Filho de Deus feito homem, o Salvador do mundo, o Redentor da humanidade. Mas
não basta dizer estas palavras para ser discípulo de Jesus, pois são mais
fórmulas aprendidas na infância, aceitas mecanicamente, repetidas às vezes com
superficialidade e afirmadas verbalmente, do que experiências vividas e
refletidas.
Confessamos a Cristo por costume, por
piedade ou por disciplina, mas podemos estar vivendo sem captar a originalidade
de sua vida, sem escutar a novidade de seu apelo, sem deixar-nos atrair por seu
amor apaixonado, sem contagiar-nos por sua liberdade e sem esforçar-nos em
seguir seu caminho. Nós o adoramos como “Deus”, mas Ele não é o centro de nossa
vida. Nós o confessamos como “Senhor’, mas vivemos de costas para seu projeto.
Nós o chamamos de “Mestre”, mas não assimilamos sua lição maior. Vivemos como membros
de uma religião, mas não somos discípulos de Jesus. A clareza das fórmulas
doutrinais pode dar-nos segurança e dispensar-nos de um encontro vivo com
Jesus.
Há cristãos que
vivem uma religiosidade instintiva, mas não sabem o que é alimentar-se de Jesus
e deixar-se orientar por ele. Todos precisamos colocar-nos diante de Jesus,
deixar-nos olhar por Ele e escutar sua pergunta: “Quem sou eu realmente para
você?” Respondemos a esta pergunta muito mais com a vida do que com palavras
claras, sublimes e difíceis, que mais impressionam que comunicam. E respondemos
com uma atitude de adesão àquele que é nossa paz, que fez unidade daquilo que
era dividido. (José Antônio Pagola)
Meditação:
§ Participe da cena: o desembarque de Jesus, os
gritos da mulher, a indiferença de Jesus, a insistência da mulher e a reação de
Jesus
§ Será que também nossa Igreja ainda prioriza
setores privilegiados e descarta pessoas e grupos por preconceitos diversos?
§ Somos capazes de reconhecer na luta perseverante
e até raivosa de algumas pessoas e grupos sinais de fé aguerrida?
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