domingo, 11 de agosto de 2024

Quem é livre não age por medo ou ambição

Quem é livre não age por medo ou ambição, mas para amar e servir | 439 | 12.08.24 | Mateus 17,22-27

Jesus já havia falado longamente aos seus discípulos sobre o “seu destino”, ou sobre o desfecho do seu caminho: a rejeição, a perseguição, a condenação e a eliminação, como se ele fosse uma pedra incômoda e dispensável na construção do mundo. Por isso, no texto de hoje ele fala disso em poucas palavras, alertando de novo seus discípulos em relação à expectativa de sucesso.

O sentimento de tristeza dos discípulos não é apenas causado pelos previsíveis sofrimentos de Jesus, mas também (ou até principalmente) pela frustração das próprias expectativas de sucesso e de prosperidade que eles alimentavam seguindo Jesus. Não entrava na cabeça deles a ideia de um enviado de Deus que não mostrasse poder e não fosse consagrado pelo sucesso e pela fama.

É nesse contexto que, questionados pelos funcionários do templo se Jesus não pagava os impostos, os discípulos se apressaram em blindar o mestre, afirmando que ele cumpria direitinho suas obrigações com o império injusto. Percebendo o que eles haviam dito, mais por medo que que tinham que por amor à verdade, Jesus esclarece sua posição e convida seus seguidores a uma reflexão lúcida e ponderada.

Tanto Jesus como os cristãos somos radicalmente livres de todo tipo de imposição, inclusive das mais dissimuladas e potentes, que são aquelas que vem de dentro de nós mesmos e da cultura que herdamos. No templo e no mundo, somos filhos, e não estranhos, herdeiros e não escravos. Jesus e seus seguidores não devemos nada a ninguém, a não ser o amor.

Entretanto, essa liberdade não significa licença para fazer o que quisermos, mas aquilo que é bom, que faz bem aos outros. Essa é a liberdade mais difícil de exercitar! Por isso, mesmo sendo livres frente a tudo, evitamos aquilo que pode escandalizar ou prejudicar os outros. É isso que Jesus ilustra com sua sugestão de pagar o imposto com a ajuda do peixe que ele pede para pescar.

Somos livres para amar e servir, para fazer da nossa vida um dom cotidiano e generoso pelos outros, especialmente pelas pessoas mais penalizadas e indefesas. Como nossa vida está segura nas mãos do Pai, não tememos a morte, qualquer que seja sua forma, e semeamos livros mais que armas.

 

Meditação:

·    Reconstrua na imaginação a cena, observando atentamente as palavras e perguntas de Jesus, assim como a “média” que Pedro pretende fazer com os funcionários do templo

·    Perceba também a tristeza dos discípulos de Jesus diante de mais um anúncio do caminho da rejeição e da perseguição, que é o caminho de Jesus mas também o caminho de quem o segue

·    Você se sente realmente libertado por Jesus, livre inclusive da necessidade de ser o/a primeiro/a e sempre levar vantagem?

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