Intinerando no conhecimento
Queridas irmãs
e irmãos!
Na
alegria das últimas notícias para nossa
Família Azul para a Igreja e para o Mundo, chego até vocês para compartilhar as
experiências neste itinerar nos campos
do saber e das experiências. Ainda trago
no coração as alegrias e resoluções de nossa assembleia de dezembro: sentar com
Emilie em sua escrivaninha e ter encontrado a todas renovou o entusiasmo para
seguir.
Passar
uns dias em família é sempre bom e
revigora os laços e a fraternidade. Estar com a família da gente é um aprendizado
constante. Além de descansar, pude ajudar no mutirão solidário da casa de minha
irmã mais velha. O povo é generoso e dá de sua pobreza. Nós também...
De
casa fui a Goiânia e Luziânia para a formação Básica do CIMI. Tempo forte de
estudo, construção, desconstrução de
esquemas e aprendizagem com nossos povos
ancestrais. Nosso grupo era
internacional, gente de seis países; intercultural, pois tinha representações de
todas as regiões do país; Intercongregacional, pois eram sete congregações diferentes; mais um padre
diocesano e leigos/as.
As
experiências marcaram muito. A mística, o
lazer e as confraternizações eram sempre marcados pela diferença, ora pela
palavra de Deus, ora pelos “parixara” e pelos rituais e expressões que são
frutos das lutas das resistências de
muitos povos que teimaram, de modo que hoje podemos aprender com eles e, no
fundo, voltar às origens. Os assessores que estiveram conosco fizeram a
diferença pela competência e simplicidade com que exercem sua profissão e o profetismo com o
qual defendem a causa indígena, e outras. Apesar do calor atípico deste época
na região, conseguimos aproveitar bem de
tudo...
De
Goiânia, fui direto a Manaus e já peguei
o Fórum
Social Mundial de Biodiversidade em andamento. Um espaço ou agenda prevista
desde a Rio+20, e que foi pouco
divulgada por questões políticas locais. Assim, poucas pessoas puderam usufruir
deste debate acerca de tão importante tema. Pude participar de algumas
plenárias sobre a ameaça aos diretos indígenas e mega-projetos na Amazônia; a
questão dos alimentos orgânicos e o descaso
com a vida pelos agrotóxicos; as mudanças climáticas e as ameaças aos direitos da Mãe Terra, com uma fala brilhante
de nosso amigo e aliado Ivo Poletto...
De
Manaus segui a Roraima para a XXXV Assembleia
do CIMI. Este foi outro espaço de aprendizagem e escola de vida issionária. Os povos indígenas estavam presentes
massivamente por Roraima ser um Estado onde a maioria das terras pertencem aos índios,
demarcadas ou não. Muitos parentes se fizeram presente e compartilharam suas
lutas, vitória e desafios que ainda restam pela frente e demonstraram sua gratidão pela presença profética do CIMI em suas
lutas, na formação e, sobre-tudo, na defesa dos seus direitos que ainda seguem
ameaçados. Muitas mulheres indígenas se fizeram presentes, demonstrando o avanço
pela participação da mulher.
Para
nossa alegria todos os Bispos do Regional
Norte I da CNBB nos fizeram uma visita, também porque estavam reunidos em Roraima,
sede do presidente do Regional. Esta presença reafirmou o compromisso da Igreja
com a causa indígena. Foram dias de muito aprendizado, troca de saberes,
análise de conjuntura, estudo sobre o “bem viver”, que é um caminho a ser
seguido se acreditamos numa nova maneira de se relacionar coma a natureza e entre nós seres humanos. Neste caminho mais
uma vez os povos indígenas são nossos mestres.
Estou
de volta a Manaus, coma a mochila cheia se tantos momentos intensos que esta
missão me possibilita, eternamente grata à Província e à congregação, ainda
esperando o companheiro Pe. Paco sj, que
está de férias na Espanha, para assim constituirmos
nossa comunidade itinerante inserida. No
momento estamos apenas Rafael e eu. Um abraço a cada um/a, na certeza da
comunhão que nos une e na alegria de canonização de nossa Santa Azul. Atenciosamente,
Ir.
Joaninha Honório Madeira
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