Hoje,
3 de julho, festa litúrgica de São Tomé,recordamos também dois anos da páscoa
definitiva do nosso saudoso Pe. Rodolpho Ceolin msf. São dois anos de uma
ausência muito viva, que vai se transformando numa memória muito fecunda.
Há
dois anos, naqueles dias, estávamos em assembléia capitular. Frente às
indicações prévias para a composição da nova coordenação provincial o Pe.
Lotário, que atuava como formador no Juniorado Latino-Americano (Belo
Horizonte), procurou-me para uma troca de idéias. Em meio ao nosso diálogo,
chegou-nos a notícia da partida do Ceolin.
A
notícia, embora esperada, pois o quadro de saúde dele vinha piorando dia-a-dia,
deixou-me como que anestesiado, sem reação, mudo. A reflexão com o Lotário foi
se esgotando, e tentei me recolher para dormir. Ao deitar, o sono me abandonou,
caí na realidade, e as lágrimas e soluços tomaram conta de mim e se estenderam
por um bom tempo. Não era tristeza nem desespero, mas aquele sentimento que nos
envolve e sufoca quando experimentamos grandes perdas.
Desde
então fiz questão de lembrar, relembrar e publicar os significativos laços
humanos e espirituais que me ligaram ao Pe. Ceolin. Lancei-me incansável e
intrépido na tarefa de resgatar e manter viva sua memória. Não passou um só dia
em que eu não tenha agradecido a Deus por ter nos dado este presente e pedido a
intercessão dele para que meus pés não se afastem do caminho do Evangelho e da
vida missionária.
Tenho
a clara impressão de que esta lembrança cotidiana e esta prece confiante têm
produzido frutos. Pouco a pouco dou-me conta de que a memória que me sinto
obrigado a cultivar – e o faço com imensa satisfação – não é uma homenagem
devida a ele mas algo que produz bons frutos em nós. Ele nos estimula
imensamente a viver a busca fiel, a amizade fraterna, a dedicação generosa e a
serenidade confiante, com os ônus e os bônus que a vida nos cobra.
No
trecho da carta aos efésios indicada para a festa de hoje, Paulo nos diz que
somos concidadãos dos santos, e não estrangeiros ou gente sem eira nem beira.
Estamos integrados num edifício junto com os apóstolos e os profetas, e o
próprio Jesus Cristo como fundamento. É esta convicção que me alegra e consola,
também em relação ao Pe. Ceolin: somos irmãos na mesma família, e ele, por sua
vida, é santo e apóstolo que nos sustenta e inspira.
Viva
na paz sem descanso, Pe. Ceolin! Continue suscitando em nós aquele desejo de
incendiar o mundo, de renovar a terra, de cantar as belezas da vida. Continue a
nos chamar à criativa fidelidade ao carisma missionário, a insistir na vida
fraterna (com suas dores e delícias), a nos apresentar o vulto vivo do
Fundador, a manter viva a mensagem de Nossa Senhora da Salette.
Itacir Brassiani msf
Nenhum comentário:
Postar um comentário