Ano A Roteiro de Leitura Orante
do Evangelho Nº 1079
Dia 05/04/2023
| Semana Santa | Quarta-Feira
Evangelho
segundo Mateus (26,14-25)
(1)Coloque-se em
atitude de oração
§ Escolha
um momento adequado e tranquilo/a para a meditação
§ Escolha
o lugar no qual você não seja interrompido/a
§ Busque
uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se
§ Acenda
uma vela e tome a bíblia em suas mãos
§ Tome
consciência de si mesmo/a e do tempo que vivemos
§ Faça
silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
§ Prepare-se
ouvindo a canção “Os filhos dos hebreus...” (Aqui: https://www.youtube.com/watch?v=FCO5lXCZxxc)
(2)Leia o texto da Palavra de Deus
§ Leia
com toda a atenção o texto de Mateus 26,14-25
§ Leia
o texto em voz alta (se achar necessário e for possível)
§ A cena que Mateus nos
descreve hoje junta, num único momento e no mesmo lugar, a ceia de despedida e
o anúncio da traição
§ O clima da ceia não é
tranquilo, pois está marcado por decepções, medos, frustrações, resistência e
desistências, negações e traições
§ O questionamento que
todos os Doze se fazem diante do anúncio de Jesus revela que a hipótese da
traição rondava a todos
§ Mas o holofote se volta
contra Judas, que toma a iniciativa de colaborar com os inimigos de Jesus e do
Reino de Deus
§ Ele prefere a aliança
com o status quo que com o dinamismo do Reino de Deus, e é compensado pelo
equivalente a um salário
§ O
que a Palavra O que a Palavra de Deus diz em si mesma, o que está escrito?
(3)Medite a Palavra de Deus
§ Procure
perceber o que a Palavra de Deus lida e meditada diz a você hoje, qual é seu
sentido nesse momento da vida?
§ Leia atentamente a
narração de Mateus, e perceba o clima de tensão e as contradições que envolvem
todos os discípulos
§ É possível perceber,
por traz da traição, a ruptura de Judas com Jesus e sua proposta de comunhão do
reino de Deus?
§ Será que a tentação de
resistir, desistir, amaciar ou desviar do evangelho do diálogo e da acolhida
não está nos rondando?
§ O que significa lembrar
que a traição acontece na mesa da eucaristia e envolve os mais próximos de
Jesus?
§ Se achar oportuno e for possível, leia as
“pistas” (página 3)
(4)Reze com o texto lido e meditado
§ Tome
consciência de que este texto é Palavra de Deus
§ Depois
de escutar atentamente, agora é sua vez de falar
§ Não
mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
§ Permita
que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
§ Não
se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas
§ Procure
perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus
§ Coloque-se imaginariamente
à mesa com Jesus e os apóstolos, e fale com ele a partir do que você vive nesta
semana santa
(5)Contemple a vida
à luz da Palavra
§ Procure
contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus
§ Busque
meios para colocar em prática o que Deus lhe fala
§ Perceba
o que você precisa mudar a partir dessa meditação
§ Responda:
O
que Deus está pedindo que eu mude ou faça?
§ O que fazer para evitar
o “casamento” da “aceitação de Jesus” com práticas de intolerância, violência e
exclusão, como vemos hoje?
(6)Retorne à vida
cotidiana
§ Recite
o Pai Nosso e a Ave Maria
§ Recite
a invocação: “Jesus, que mandas dar alimento a quem tem fome, fazei-nos compassivos
com eles, em teu nome!”
§ Assuma
um compromisso pessoal de conversão e mudança
§ Medite
e reze com a canção “Hosana ao Filho de Davi” (Acessível
aqui: https://www.youtube.com/watch?v=bi3SIkxdIWs&t=23s)
§ Assuma
um compromisso pessoal de conversão e mudança
§ Feche
a bíblia, apague a vela e encerre seu momento de oração
Anotações sobre Mateus 26,14-25
No evangelho
segundo Mateus, do qual é extraída a cena que nos é proposta hoje, a ceia de
despedida de Jesus é precedida pelo anúncio da traição de Judas. O fato é
também narrado por João, mas com nuances bastante diferentes, e depois da ceia.
Em todos os casos, ao celebrar a ceia pascal e assinar com ela seu testamento,
Jesus se mostra bem consciente das “traíras e traições” que o cercavam.
É importante
notar que Jesus pede que a ceia pascal seja celebrada numa casa, no ambiente “profano”
e íntimo das pessoas que compartilham o sangue e o destino. É neste ambiente de
intimidade e memória do evento fundador do povo de Deus, neste acontecimento da
aliança nova e eterna de Deus com a humanidade, que a traição se desenvolve.
Por isso, a ação de Judas é também uma traição do espírito da comunidade e da
ceia eucarística.
Mateus nos relata
um fato estranho: é Judas, um dos Doze, que procura a elite religiosa para
entregar-lhes Jesus. Eles não precisavam dessa ajuda, pois sabiam muito bem
quem era ele e por onde ele andava. A ação de Judas contrasta com a atitude de
gratidão de uma mulher na casa de um leproso que fora curado por Jesus, um
pouco antes: enquanto Judas entrega Jesus, a mulher o acolhe.
Judas acerta com
os sacerdotes, pelo seu “serviço sujo”, o equivalente a um mês de trabalho de
um pastor, ou à indenização por um escravo ferido por um boi. Na verdade, a
iniciativa estranha de Judas revela uma tendência geral de desistência,
negação, traição e ruptura com Jesus. Mas nada muda a decisão de Jesus, e ele
se mostra absolutamente consciente daquilo que estava ocorrendo.
Jesus fala que um
dos Doze haveria de traí-lo, todos ficam aflitos e perguntam se casualmente
seriam eles, mas esperando uma resposta negativa. Então o foco da cena faz
convergir a nossa atenção para a figura de Judas, que faz a mesma pergunta e
também espera uma resposta negativa, como que para encobrir ou disfarçar aquilo
que o aproximava dos hipócritas que controlavam a religião e o templo. E ele
não chama Jesus de Senhor, mas de mestre, desobedecendo a proibição explícita de
Jesus.
(Itacir Brassiani msf)
“Dai-lhes vós mesmos de comer!”
“Betinho falava que a alma da fome é a política, e Josué de
Castro denunciava a conspiração do
silêncio em torno da fome. Enquanto nada se fala, parece que a fome não
existe. Quando ouvimos falar de fome, é sempre uma expressão pontual e jamais
estrutural. É melhor que a sociedade não conviva com a notícia da fome. Por
isso, assistimos a um desmonte dos
organismos de pesquisa” (Bispos do
Brasil, Texto-base da Campanha da
Fraternidade 2023, § 71).
Leitura Orante do Evangelho
A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e para
fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita
individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade.
O Papa Bento XVI diz que
“ouvir juntos a Palavra de Deus, praticar a Lectio Divina,
deixar-se surpreender pela novidade do Evangelho, superar a surdez àquilo que
não está de acordo com nossas opiniões ou preconceitos, é um caminho para alcançar
a unidade da fé, como resposta à escuta da Palavra”.
Os textos propostos aqui
são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. Pessoas e grupos que
desejarem, podem escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, seja
preparado um roteiro e se evite escolher apenas os textos que agradam mais.
Que a Palavra de Deus
encontre em cada um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos
inesperadamente difíceis, produza bons e abundantes frutos para a vida do mundo.
Missionários
da Sagrada Família
www.msfamericalatina.org | Passo Fundo/RS
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