sábado, 30 de agosto de 2025

A alegria é impagável

A verdadeira alegria é servir sem nada esperar

822 | 31 de agosto de 2025 | Lucas 14,1-14

Jesus não desperdiça nenhuma ocasião para ensinar. Hoje ele desenvolve a corajosa lição na casa de um dos chefes dos fariseus, logo depois de afirmar que as necessidades de qualquer pessoa estão acima de todas as leis. Ele propõe uma inversão radical na escala dos valores da sociedade e da religião, e não se cala nem mesmo na casa de uma autoridade, em pleno jantar para o qual havia sido convidado.

Jesus evita ficar na periferia ou na superfície das questões essenciais. Seu ensino é sobre uma questão fundamental da vida cristã: quem é o maior ou o primeiro, o mais importante ou notável na vida cristã? Jesus começa pela crítica ao orgulho e aos privilégios e passa à questão dos beneficiários da nossa atenção. Ele conhece o costume de privilegiar, tanto nas festas quanto nas decisões e projetos políticos, os familiares, parentes, amigos e vizinhos. Para Jesus, este é um círculo muito estreito.

Jesus começa falando aos hóspedes que estão com ele à mesa. Diz que “todo aquele que se exalta será humilhado, e quem se humilha será exaltado”. Depois, dirige-se ao anfitrião questionando a sua expectativa de retribuição. Orgulho e a busca de retribuição são posturas nada evangélicas. Não podemos ceder a honras e vaidades, mas buscar o lugar reservado aos servidores, superar a velha prática de servir, apoiar e defender prioritariamente as pessoas e instituições que a favorecem.

Jesus propõe a inversão da ordem dos grupos e pessoas que costumam aparecer no topo das nossas listas de honoráveis, presenças infalíveis entre os convidados das nossas festas e solenidades: os pobres, aleijados, e cegos devem ser os primeiros! É claro que Jesus não quer estragar nossa festa, mas questionar a estreiteza das fronteiras que traçamos entre ‘nós’ e ‘eles’, entre os ‘nossos’ e os ‘outros’.

A verdadeira felicidade consiste em dar generosamente. A busca de privilégios e compensações é tão desgastante quanto infantilizadora: o caminho que dá acesso a eles costuma passar pela subserviência, e é acompanhado pelo medo do anonimato e pelo apego doentio aos bens e títulos. Para quem segue o caminho de Jesus, a recompensa é prometida para ressurreição dos justos.

A felicidade que ninguém pode roubar é aquela que conquistamos entrando pela estreita porta da humildade, da generosidade e da solidariedade. É a alegria profunda que experimentamos quando ouvimos da boca dos porta-vozes da vida o convite: “Amigo, vem para um lugar melhor!”

 

Sugestões para a meditação

§ Observe atentamente a atitude e os pensamentos dos convidados à mesa, e, especialmente, o olhar e as palavras de Jesus

§ Que lugar as pessoas mais pobres e com posses limitadas têm em nossos eventos e projetos?

§ Examine com sinceridade e profundidade o que motiva aquilo que você faz: a gratuidade ou a expectativa de retorno?

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