Nada é mais importante que a misericórdia!
817 | 26 de agosto de 2025 | Mateus 23,23-26
Estamos acompanhando a atuação de Jesus em Jerusalém, onde
ele se confronta com o templo e é atacado pelos sacerdotes, pelos mestres da
lei e pelos fariseus. Jesus faz uma série de críticas aos fariseus e escribas,
que começa no versículo 1º do capítulo 23: eles não fazem o que ensinam e, além
disso, impõem pesados fardos ao povo e estão atrás de reconhecimento e
notoriedade.
O texto de hoje faz parte de uma série de sete “maldições”
ou críticas que Jesus dirige a eles por excluírem o povo do Reino de Deus, por
fazerem dos convertidos cidadãos e crentes piores que eles mesmos, por serem
guias cegos e por falsificarem a Palavra de Deus em benefício de seus
interesses. No pequeno texto de hoje temos a quarta, a quinta e a sexta
maldições ou críticas de Jesus a eles.
Na quarta maldição, Jesus acusa os escribas e fariseus de
praticar e ensinar uma visão parcial da vontade de Deus, pois eles fazem e
ensinam muitas pequenas coisas, mas ignoram a justiça e a misericórdia, que
estão no centro do coração de Deus. Assim, eles não são como cegos que se
oferecem para guiar outros cegos. Dão importância aos detalhes e fazem menos
caso da compaixão.
A quinta e a sexta maldição acusam esses líderes de
incoerência e hipocrisia, pois vivem de aparências e disfarçam a ambição, o
roubo e a violência que se escondem dentro deles que movem tudo o que fazem.
Roubo significa pilhagem violenta, e cobiça é descontrole na posse, no sexo e
nas acusações injustas. Segundo Jesus, o centro da vida dos fariseus e doutores
da lei está nas coisas e não nas pessoas.
A dura crítica de Jesus é originalmente dirigida aos
fariseus e mestres da lei, mas, muitos anos depois, quando Mateus escreve o
evangelho, quem está em questão são os discípulos e discípulas de Jesus. É uma
crítica recordada e atualizada “para o consumo interno” da comunidade, visando
a conversão e a coerência de vida dos discípulos do final do primeiro século e
de hoje.
Na condição
de discípulos missionários, precisamos estar atentos ao risco da incoerência e
da hipocrisia, pois elas não são privilégio dos fariseus. Ou será que às vezes,
por trás de palavras formais e gentis, não se esconde um arrogante desprezo? E
será que tantas picuinhas e regras que apregoamos não matam a compaixão?
Sugestões para a
meditação
§ Procure ler ao
contrário: o que Jesus e o Reino de Deus pedem ou esperam daqueles que seguem
este caminho
§ Seguindo o que
fala Jesus, você seria capaz de identificar as principais incoerências e
contradições dos líderes cristãos e políticos de hoje?
§ Você seria
capaz de identificar e dar nome às contradições e incoerências que rondam você,
sua família e sua comunidade em relação ao Evangelho de Jesus?
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