Marcos 16,9-15.
Ide por todo o mundo
Assim como João, também Marcos nos diz que Jesus ressuscitado aparece
antes de tudo a Maria Madalena. Esta mulher, que Jesus havia libertado de sete
demônios, se torna a primeira anunciadora da ressurreição. Ela, “que muito
amou”, e a quem, por isso, muito foi perdoado, recebe o privilégio de ser a
primeira discípula do ressuscitado e a primeira que recebe a missão de anunciar
sua ressurreição. Os apóstolos, mostrando mais uma vez sua sordidez, não
acreditam. Ainda esão escravos da mentalidade deste mundo e, sobretudo, do
próprio esquecimento. Desde o primeiro momento da ressurreição, o Senhor se
serve da fragilidade dessa mulher para confundir a presunção dos discípulos. A
tradição bizantina, com grande sabedoria espiritual, a chama “apóstola dos
apóstolos”. Em poucas linhas, o evangelista retoma o encontro de Jesus com os
discípulos de Emaús (narrado mais amplamente por Lucas) e sublinha que ele ainda
não havia aparecido aos apóstolos, ou seja, àqueles que havia colocado à frente
da sua Igreja. E mais uma vez os apóstolos não conseguem acreditar nos dois
discípulos que contam aquilo que lhes havia acontecido. Parece que o
evangelista quer sublinhar que a dificuldade de crer na ressurreição vem desde
o início da Igreja, desde os primeiros dias. De qualquer modo, a incredulidade
e as dificuldades que os discípulos experimentam não podem deter a urgente
missão de anunciar a todos a vitória de Jesus sobre a morte. A cada discípulo é
confiada a missão grave e honrosa de comunicar a ressurreição de Jesus, sua
vitária sobre o mal e a morte. E não é por acaso que os primeiros anunciadores
da ressurreição não são os apóstolos, mas uma mulher e dois discípulos
anônimos. É como para dizer que é tarefa de cada fiel comunicar o Evangelho da
Páscoa.
Reflexão
preparada pela Comunidade Santo Egídio de Roma e traduzida ao português a pedido
da mesma por Itacir Brassiani msf)
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