Os dados sobre a vida de Pedro
Valdo são escassos ou legendários. Todavia, são suficientes para delinear a
fisionomia da Igreja que tem nele e nos seus primeiros companheiros sua origem.
Ele e seus companheiros estão entre as mais convincentes testemunhas de
radicalidade evangélica na Idade Média ocidental.
Valdo nasceu em torno do ano
1140, constituiu uma família numerosa e desenvolvia uma florescente atividade
comercial en Lyon (França). Segundo seus biógrafos, para ele tudo mudou quando
assumiu em primeira pessoa o apelo evangélico a vender tudo o que possuía, dar
o dinheiro aos pobres e seguir unicamente ao Senhor. Valdo deixou tudo,
inclusive a família, e se tornou um pregador pobre e peregrino do Evangelho.
O seu chamado à pobreza e à vida
das primeiras comunidades cristãs atraiu numerosos companheiros, os ‘pobres de
Lyon’ ou ‘pobres de Cristo’, e lhe deu o sobrenome de Pedro, em memória do
primeiro entre os apóstolos. Incompreendidos e perseguidos por muitos bispos,
os valdenses, diversamente dos franciscanos, se recusaram a submeter sua
pregação a um preciso mandato da autoridade eclesiástica. Valdo estava convicto
de que é a Palavra que julga a Igreja e constitui ministros todos os cristãos,
e não vice-versa.
Por causa desta objeção, os
valdenses foram condenados pelo Sínodo de Verona, em 1184. Tendo sido
excomungados, os valdenses sofreram uma longa série de perseguições por parte
dos demais cristãos, o que os levou, no século XVI, a aderir à Reforma
Protestante, entrando em comunhão com as igrejas reformadas da Suíça e da
França.
Pedro Valdo morreu em 1217, provavelmente
na Boêmia, onde se desenvolvera uma robusta e florescente comunidade de ‘pobres
de Cristo’. Atualmente a comunidade valdense está presente sobretudo na Itália,
nos vales piemonteses que levam à França, e conta com dezenas de milhares de
membros.
(Comunità de Bose, Il
libro dei testimoni, San Paolo, Milano, 2002, p. 193-194)
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