Fui deveras um bom
pastor?
No período que me encontro no Lar de Nazaré, em Passo Fundo, venho tendo
a feliz oportunidade para boas leituras, para orar e rever minha vida em
diversos aspectos.
Venho me detendo, com mais afinco, na avaliação sobre como tenho vivido
minha consagração a Deus como religioso MSF e como exerci o ministério
sacerdotal, até atingir a bela idade de 83 anos. Inicialmente, lembro que em
10-02-1943 celebrei meus 13 anos de vida. Dia seguinte, parti para o Seminário
de Santo Ângelo. Portanto, há 70 anos, exatamente! Queria eu ser PADRE!... Nem
idéia tinha de que me dirigia para uma congregação MISSIONÁRIA. Passados oito
anos, dia 11-02-1951, dia de N. Sra. de Lourdes, tornei-me MSF, ao emitir os
santos votos, no então Escolasticado São José.
De lá para cá, atuei na pastoral paroquial, na formação, na coordenação
Provincial. Nos últimos anos, estive a serviço da paróquia Sagrada Família de
Santo Ângelo. Agora, recolhido ao silêncio do Lar de Nazaré, trato de me
avaliar, perguntando-me: “Na minha vida,
fui deveras MISSIONÁRIO da Sagrada Família?... De 2002 para cá, em Santo
Ângelo, FUI DEVERAS B0M PASTOR?...”
Penso que fui mais ou menos.
Poderia e deveria ter sido bem mais. Por quê?... Das tantas e tantas horas que
dediquei ao cultivo da horta e à limpeza nos arredores da casa paroquial, bem
que devia tê-las usado para visitas aos
enfermos, catequizandos, ao atendimento
às pessoas, etc.
Certa ocasião, num encontro pessoal com Dom Estanislau, manifestei-lhe
que eu vinha me questionando, até com certa angústia, a respeito do estilo da
ação pastoral em determinadas paróquias.” Sem
pretensão de ser dono da verdade, minha impressão, Dom Estanislau, é a
de que corremos o risco de ser pastores demasiadamente confinados em nossos
gabinetes e casas paroquiais, com insuficiente ação e presença junto ao povo, seja tanto da
matriz, como dos bairros e das comunidades do interior. (Aliás, o que era o meu
caso!...)
Neste exato momento, nos debruçamos em Capítulos Locais e Provincial a
fim de avaliar o presente e planejar o futuro nos mais diversos aspectos!...
Urge resgatar nossa identidade missionária!... Sim!... Mas, por sua vez, como e
qual será o nosso estilo de atuação pastoral em nossas paróquias?... Como será
nosso AGIR, para sermos catalogados como BONS PASTORES?...
Concluo, com sábias palavras de nosso amado Fundador, que praticou o que
nos recomenda incisivamente (repete quatro vezes ‘é preciso’!): “AH, MEUS FILHOS, É PRECISO IR ÀS ALMAS,
ELAS NÃO IRÃO A VÓS... É PRECISO PROCURAR O POVO E NÃO
ESPERAR QUE ELE VENHA AO NOSSO ENCONTRO. AS ALMAS NÃO VÊM A DEUS EM BANDO, É
PRECISO CONQUISTÁ-LAS UMA A UMA. É PRECISO CONQUISTAR OS HOMENS, AS
MULHERES, OS JOVENS, AS CRIANÇAS. QUALQUER OUTRA IDÉIA QUE SE FIZER DO
MINISTÉRIO É FALSA OU, AO MENOS, INCOMPLETA...”
Pe. Rodolpho Ceolin msf
Passo Fundo, 31 de março de 2013
Festa da Páscoa do Senhor
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