No dia 28 de agosto de 1963 (há 50 anos!), diante
de uma imensa multidão que cobria as ruas de Washington, o pastor Martin
Luther King sonhou em voz alta:
“Sonho que algum dia os meus filhos não serão julgados
pela cor da sua pele... Sonho que algum dia toda planície se elevará e toda
montanha encolherá...”
Naquela altura, o FBI determinou que Luther King era “o
negro mais perigoso para o futuro dessa nação”, e numerosos espiões perseguiam
passo a passo seus dias e suas noites.
Mas ele continuou denunciando a humilhação racial e a
guerra do Vietnã, que transformava os negros em bucha de canhão, e sem meias
palavras dizia que seu país era “o maior fornecedor de violência do mundo”.
Em 1968, uma bala partiu seu rosto...
(Eduardo Galeano, Os filhos dos dias, L&PM, 2012,
p. 274)
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