quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Palavras de salvaçao (14)

“Envia tua Palavra, palavra de salvação, que vem trazer a esperança, aos pobres libertação!” O povo hebreu, como tantos outros do Oriente antigo, não consegue pensar o futuro e sua dignidade coletiva senão no quadro da monarquia. É por isso que suas esperanças messiânicas adquirem contornos de restauração ou duração do governo do rei. Nesse ideal monárquico, as tradições davídicas, que sublinham a missão libertadora do rei, jogam um papel importante. “Com justiça ele governe o vosso povo, com equidade ele julgue os vossos pobres. Libertará o indigente que suplica e o pobre ao qual ninguém quer ajudar. Terá pena do indigente e do infeliz e a vida dos humildes salvará” (Sl 71). O profeta Jeremias fala nesse horizonte, quando convida a contemplar o futuro e suscita a esperança de um descendete de Davi sábio, justo e reto, cujo nome será “Javé, nossa justiça” (cf. Jr 23,5-8). Mas, nos albores do cristianismo, Mateus nos apresenta José como o homem justo e seu Filho como o justificador (cf. Mt 1,18-24). José é justo porque toma distância dos sonhos noturnos e tenebrosos de domínio, poder e riqueza e mergulha nos sonhos matinais e luminosos de acolhida da novidade, da ação emancipadora de Deus. Os sonhos de poder recomendam o abandono e o desprezo de quem não age segundo nossos parâmetros. Os sonhos que nos conectam com Deus sugerem não ter medo de desposar quem não age segundo nossa vontade e as regras estabelecidas. Tudo porque o nosso é um “Deus-conosco”, um Irmão que vem para levantar o pesado manto do pecado que nos envolve e aprisiona. Portanto, acordemos, façamos aquilo que nos ordena a Palavra, recebamos em nossa casa os companheiros que não rezam pelo nosso catecismo. “Concedei aos que gememos sob diversas formas de escravidão a graça de ser libertados pelo novo natal do vosso Filho, que tão ansiosamente esperamos.”(Itacir Brassiani msf)

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