sexta-feira, 14 de agosto de 2020

Leitura Orante do Evangelho (15.08.2020)


Dia 15 de Agosto | Sábado | 19ª Semana do Tempo Comum
Evangelho segundo Mateus (19,13-15)

A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade, inclusive através das redes sociais. Basta combinar com os amigos a mídia, a forma e o horário.

Em tempos de restrições à convivência e movimentação social, imposição que vem se prolongando mais do que esperávamos mas que é necessária, por respeito e cuidado com nosso irmãos e irmãs, a leitura orante é um modo de ir além da simples assistência de celebrações virtuais e de impedir que este seja um tempo pesado e estéril.

Os textos propostos e desenvolvidos aqui são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. Mas os grupos organizados podem também escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, se evite ficar apenas com os textos que agradam mais e se proponha um roteiro.

Que a Palavra de Deus encontre em cada um de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis – pela pandemia e pela crise generalizada que vivemos em nosso país – produza bons frutos.

(Missionários da Sagrada Família
https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS)

(1)   Coloque-se em atitude de oração
·      Escolha um momento adequado e tranquilo/a para a oração
·      Escolha o lugar no qual você se sinta bem
·      Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se
·      Acenda uma vela e tome a bíblia em suas mãos
·      Tome consciência de si mesmo/a e do momento que vivemos
·      Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
·      Reze, ouvindo e repetindo o mantra: Aquele que vos chamou é fiel! Aquele que vos chamou é fiel! Fiel é aquele que vos chamou! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=hGBOOoqb3YA)

(2)   Leia o texto da Palavra de Deus
·      Leia com toda a atenção o texto de Mateus 19,13-15
·      Leia o texto em voz alta (se possível)
·      Releia o texto uma ou mais vezes (se necessário)
·      A pequena e frágil comunidade de discípulos/as de Jesus carrega o tesouro do Reino de Deus em vasos de barro
·      Eles precisam de conversão permanente de mente e de coração, pois consideram as crianças como gente incômoda e sem valor
·      Como seguidores/as de Jesus, os discípulos/as precisam assumir a condição social dos eunucos e das crianças, que não tem lugar importante e são tratados como menores e insignificantes
·      Feche a bíblia e responda: O que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?

(3)   Medite a Palavra de Deus
·      Reconstrua o cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena
·      Em que medida, como seguidores/as de Jesus, nos colocamos à margem, partilhando as lutas e esperanças das pessoas e grupos sociais marginalizados e tratados como um incômodo?
·      Ajudamos a abrir brechas para que essas pessoas se encontrem com o Evangelho de Jesus e sejam socialmente reconhecidas?
·      Como essas pessoas e grupos sociais são acolhidas e tratadas em nossas comunidades cristãs e seus organismos e serviços (litúrgicos, catequéticos, assistenciais)?
·      Procure perceber: O que a Palavra de Deus diz a você hoje?
·      Saboreie interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você

(4)   Reze com o texto lido e meditado
·      Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus
·      Peça a Deus a graça da minoridade, de ser reconhecido como pequeno ao lado dos pequenos
·      Recorde o nome de pessoas de ontem e de hoje, de perto e de longe, que encarnam e testemunham uma Igreja humilde e servidora, acolhedora dos humilhados e promotora da dignidade deles
·      Deixe ressoar em sua voz o louvor agradecido desses pequeninos que encontram na Igreja um lugar onde são reconhecidos como gente
·      Depois de escutar atentamente, agora é sua vez de falar
·      Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
·      Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
·      Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas
·      Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?

(5)   Contemple a vida à luz da Palavra
·      Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus
·      Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala
·      Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação
·      Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?
·      Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

(6)   Retorne à vida cotidiana
·      Se considerar conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para ajudar na compreensão do texto lido
·      Recite o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de oração desse dia.
·      Recite ou cante a invocação: Jesus, Maria e José: acolhei-nos, iluminai-nos e ajudai-nos!
·      Ouça e cante o refrão: Jesus, eu irei te louvar pela vida!  Jesus, eu ire1 te anunciar para sempre aos irmãos! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=A6JBzZO7tZc)
·      Apague a vela, guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração

SUBSÍDIO
Do início ao fim dos seus relatos, os evangelistas sublinham a atenção e a sensibilidade de Jesus para com as pessoas e grupos sociais tratados como insignificantes e, por isso, mais vulneráveis. Mulheres, crianças, doentes e estrangeiros representam muito bem esses grupos. Mas aos próprios discípulos custa muito aceitar e assimilar essa maneira de ver as pessoas.
O episódio de hoje ilustra a relação com as crianças. Na sociedade de então elas não tem direitos, devem obedecer e se submeter, estão à margem. Elas não tem lugar numa cultura patriarcal. Quando algumas pessoas, encorajadas pela compaixão de Jesus pelos fracos, levam crianças para que ele as abençoe, os discípulos intervém e repreendem-nas, pois as viam apenas como um incômodo. Eles reagem no horizonte do patriarcalismo.
Jesus censura duramente esta atitude dos discípulos, e declara que o Reino de Deus é delas. Para Jesus, as pessoas marginalizadas, como são as crianças, nos ensinam e, por isso, pede que os discípulos/as sejam como elas. Elas são uma metáfora do seguimento de Jesus! Elas participam do Reino de Deus e devem ter um lugar também no interior da comunidade cristã.
Como as pessoas que vem de baixo e das margens acolhem a mensagem do Reino e reconhecem Jesus como enviado do Pai, também os discípulos/as devem aceitar a condição de grupo marginalizado e insignificante, mas alternativos e geradores de uma nova sociedade. Como as crianças, a comunidade dos discípulos vivem neste mundo um caminho de transição para um futuro maduro e pleno.
Na comunidade sonhada e iniciada por Jesus, todos somos discípulos/as e irmã/os. Não há pai ou patriarca. Todos são iguais em dignidade, sem nenhuma distinção.
 (Itacir Brassiani msf)

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