segunda-feira, 17 de agosto de 2020

Leitura Orante do Evangelho (17.08.2020)

Dia 17 de Agosto | Segunda-feira | 20ª Semana do Tempo Comum
Evangelho segundo Mateus (19,16-22)

A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade, inclusive através das redes sociais. Basta combinar com os amigos a mídia, a forma e o horário.

Em tempos de restrições à convivência e movimentação social, imposição que vem se prolongando mais do que esperávamos mas que é necessária, por respeito e cuidado com nosso irmãos e irmãs, a leitura orante é um modo de ir além da simples assistência de celebrações virtuais e de impedir que este seja um tempo pesado e estéril.

Os textos propostos e desenvolvidos aqui são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. Mas os grupos organizados podem também escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, se evite ficar apenas com os textos que agradam mais e se proponha um roteiro.

Que a Palavra de Deus encontre em cada um de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis – pela pandemia e pela crise generalizada que vivemos em nosso país – produza bons frutos.

(Missionários da Sagrada Família
https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS)

(1)   Coloque-se em atitude de oração
·      Escolha um momento adequado e tranquilo/a para a oração
·      Escolha o lugar no qual você se sinta bem
·      Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se
·      Acenda uma vela e tome a bíblia em suas mãos
·      Tome consciência de si mesmo/a e do momento que vivemos
·      Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
·      Reze, ouvindo e repetindo o mantra: Buscai primeiro o Reino de Deus e a sua justiça, e tudo mais vos será acrescentado! Aleluia! Aleluia!! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=TTIzApEAcYw)

(2)   Leia o texto da Palavra de Deus
·      Leia com toda a atenção o texto de Mateus 19,16-22
·      Leia o texto em voz alta (se possível)
·      Releia o texto uma ou mais vezes (se necessário)
·      A pequena e frágil comunidade de discípulos/as de Jesus carrega o tesouro do Reino de Deus em vasos de barro
·      Quem quiser ser discípulo/a de Jesus precisa descobrir o tesouro escondido ou a perola preciosa que o Reino de Deus, e dar tudo o mais em troca
·      Nisso ninguém pode se considerar perfeito e bom, acabado, pois a simples prática de leis e preceitos não é suficiente
·      Como a semente que caiu no meio dos espinhos, o jovem rico foi sufocado pelo amor aos muitos bens que possuía
·      O jovem candidato ao discipulado tropeço na exigência do desapego e da partilha dos bens com os pobres
·      Feche a bíblia e responda: O que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?

(3)   Medite a Palavra de Deus
·      Reconstrua o cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena
·      Com que intenções você procura Jesus e a vida cristã? O desejo de perfeição, de renovação total e profunda é o que move você?
·      Como você se avalia em relação aos mandamentos e preceitos da Igreja? Você os considera suficiente para ser bom, e se acha bom praticante?
·      O que ainda amarra você e o impede de entregar-se livre e solidário/a na preciosa aventura de criar novos céus e nova terra, com Jesus e todos/as aqueles/as que o seguem?
·      Procure perceber: O que a Palavra de Deus diz a você hoje?
·      Saboreie interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você

(4)   Reze com o texto lido e meditado
·      Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus
·      Acompanhe a cena e participe intensamente dela
·      Deixe ressoar e faça seu o pedido daquele jovem praticante e aparentemente bem intencionado
·      Ouça com atenção e repita as palavras que Jesus dirige a você
·      Peça a Jesus a alegre graça de ser como ele, de despegar-se e partilhar o que você é, sabe e tem por amor
·      Depois de escutar atentamente, agora é sua vez de falar
·      Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
·      Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
·      Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas
·      Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?

(5)   Contemple a vida à luz da Palavra
·      Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus
·      Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala
·      Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação
·      Como você, sua família e sua comunidade cristã podem dar passos mais decididos de conversão e de solidariedade?
·      Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?
·      Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

(6)   Retorne à vida cotidiana
·      Se considerar conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para ajudar na compreensão do texto lido
·      Recite o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de oração desse dia.
·      Recite ou cante a invocação: Jesus, Maria e José: acolhei-nos, iluminai-nos e ajudai-nos!
·      Ouça e cante o refrão: Jesus, tu és a luz dos olhos meus! Jesus, brilhe esta luz nos passou meus, seguindo os teus! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=qDB0xTgG7Is)
·      Apague a vela, guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração

SUBSÍDIO
Nos últimos dias, vimos meditando sobre trechos no Evangelho nos quais Jesus nos apresenta o dinamismo inovador e transformador do reino de Deus nos diversos campos das relações humanas: entre as classes sociais, no interior das famílias, entre homem e mulher, com Deus e a religião, etc. Hoje, o foco é a relação com os bens.
O jovem que busca Jesus faz parte da elite religiosa e econômica de Israel. Tem muitos bens e pratica fielmente os mandamentos. Está preocupado com o destino e a felicidade individual, trata Jesus como os mestres da lei o tratavam, mas parece estar no caminho certo e bem intencionado. Pergunta a Jesus o que deve fazer de bom.
Ele busca um caminho seguro para “possuir” a vida eterna, e não para deixar-se possuir por ela. Vida eterna equivale a ser perfeito, ser salvo, entrar no Reino de Deus. Jesus responde sublinhando que não há nada (coisa) de bom, mas apenas Alguém que é bom, e aponta para o que o profeta já havia dito (respeitar o direito, amar a felicidade e caminhar humildemente com Deus (Mq 6,8) e aos mandamentos, enfatizando as relações com os irmãos.
O jovem se considera bom e perfeito escondendo que os muitos bens que possuía poderiam ser resultado de exploração e roubo. Para Jesus, a prática dos mandamentos não é suficiente para ser bom, e ao jovem falta a justiça e solidariedade com os pobres. Trata-se do amor que leva à partilha e à restituição daquilo que por direito pertence aos necessitados, condição para seguir Jesus.
O jovem não está disposto a isso, nem a caminhar com os demais discípulos. É possuído pelos bens, não é livre, não é bom, não ousa iniciar um caminho de despojamento e conversão. Não é capaz de ver o reino de Deus como seu único tesouro. A riqueza o sufocou (cf. Mt 13,22).
 (Itacir Brassiani)

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