segunda-feira, 8 de janeiro de 2024

O Evangelho na vida de cada dia (223)

223 | Ano B | Tempo Comum | 1ª Semana | Terça-feira | Marcos 1,21-28

09/01/2024

Ontem, na festa do Batismo de Jesus, iniciamos nosso percurso com o Evangelho segundo Marcos. Depois de ser batizado e de proclamar, de forma resumida e enfática, a que veio – o tempo de espera terminou; o reino de Deus está próximo; mudem o modo de pensar; creiam nessa boa notícia – ele vai à sinagoga de Cafarnaum e realiza o primeiro sinal de que o Reino de Deus que ele anunciou de fato chegou.

Seu ensino acerca do Reino de Deus provoca encanto e admiração: não é como o “blá-blá-blá” e o “obedeça!” dos doutores da lei. A sinagoga, lugar especial do ensino do querer de Deus, é também o espaço no qual se dá o primeiro confronto de Jesus com os doutores da lei, que eram os donos do púlpito. Enquanto Jesus ensina que o Reino de Deus é graça e libertação, os doutores repetem que é preciso cumprir a lei, custe o que custar.

Na verdade, com seu ensino sobre o Reino de Deus Jesus ataca a legitimidade dos doutores da lei. Eles atuam na sinagoga, que é o cerne da ordem social do judaísmo. São os doutores da lei (os teólogos ou ideólogos de então) que falam pela boca daquele possuído por um espírito imundo. São eles que percebem com temor que estão perdendo a influência sobre o povo. Mais adiante eles dirão que o próprio Jesus está possuído por um espírito imundo, pois veem nele um intruso hostil à ordem que eles defendem.

Prestando atenção ao evangelho de Marcos, percebemos que Jesus fala pouco e age muito. E a primeira ação que ele realiza na sua missão pública é fazer calar a voz daqueles que dizem que Jesus só faz incomodar e destruir. Espírito imundo é o filho da mentira. E a ação de Jesus não é um gesto típico de exorcistas, mas um sinal da libertação suscitada pelo Reino de Deus.

Nos evangelhos, a ação de expulsar espíritos maus ou demônios caracteriza a vitória de Deus sobre as resistências ao seu Reino. O ministério da compaixão e libertação exercido por Jesus provoca espanto e admiração. E começam a se perguntar o que isso significa e qual é sua identidade. Enquanto isso, as autoridades religiosas ficam inquietas e indignadas.

 

Meditação:

ü  Releia o texto com a imaginação, acompanhando Jesus na sinagoga de Cafarnaum, seu ensino e as reações que provoca

ü  Preste atenção na objeção dos doutores da lei a Jesus, pela boca de uma pessoa possuída por um espírito imundo

ü  O que significa ensinar com autoridade da própria casa dos detentores do direito de ensinar?

 Você acha que Jesus veio para destruir a zona de conforto de quem deseja viver sua fé sem se importar com os pobres? 

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